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Preço de imóvel recua pela 2ª vez seguida, mostra FipeZap

Em setembro, metro quadrado ficou mais barato em oito das 20 cidades pesquisadas e, na média, recuou 0,12%; em 2016, Índice FipeZap pode registrar o primeiro recuo anual desde 2008

Por Hugo Passarelli e Lucas Hirata
Atualização:
O preço do metro quadrado brasileiro chegou a R$ 7.604 Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Texto atualizado às 21h20

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O preço dos imóveis em 20 cidades brasileiras caiu 0,12% em setembro na comparação com agosto, segundo o Índice FipeZap, que coleta anúncios na internet. É a maior queda mensal do indicador e a segunda consecutiva nessa análise. Os dados reforçam a tendência de desaceleração diante do enfraquecimento do emprego e da renda, dois dos principais catalisadores do setor imobiliário.

De janeiro a setembro, o Índice FipeZap ainda acumula uma valorização de 1,38%, mas, em termos reais (descontando a inflação), o preço médio do metro quadrado registra uma queda de 5,76%. A inflação esperada para o período pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 7,58%.

No acumulado do ano, o valor dos imóveis em 19 das 20 cidades pesquisadas tem variações menores do que a inflação. No Rio de Janeiro, Niterói, Brasília e Curitiba, há recuo nominal dos preços.

Se os preços mantiverem esse ritmo de evolução, o Índice FipeZap deve encerrar 2015 com alta na casa de 1%. “O ano está terminando e dificilmente nós veremos uma mudança de trajetória. Em 2016, o indicador pode registrar o primeiro recuo desde a sua criação, em 2008”, afirma Eduardo Zylberstajn, coordenador do indicador.

O cenário de perda de fôlego é evidente nos mercados imobiliários de São Paulo e do Rio de Janeiro, que juntos respondem por 50% do indicador. O metro quadrado subiu 0,08% na capital paulista em setembro, depois de um avanço de 0,07% em agosto. Na capital fluminense, o preço do metro quadrado caiu 0,52% e, no ano, acumula recuo de 0,41%.

“No Rio de Janeiro, os preços já estão variando negativamente em termos nominais, enquanto em São Paulo o valor do metro quadrado está parado”, afirma Zylberstajn. 

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O pesquisador lembra que os imóveis tendem a enfrentar uma rigidez de preço e, por isso, as quedas não são de grande magnitude mesmo em um ciclo de baixa do mercado.

“Na alta, os preços vão mais rapidamente, mas, na baixa os proprietários têm alguma resistência em reduzir o valor de oferta. Assim, o ajuste tende a ser mais prolongado”, explica. Para ele, isso significa que os vendedores terão de diminuir o preço para se ajustar à demanda da população.

A cidade com o metro quadrado mais caro continua sendo o Rio de Janeiro (R$ 10.538), seguida por São Paulo (R$ 8.614). Os dois municípios com os menores preços são Contagem (R$ 3.567) e Goiânia (R$ 4.175).

Financiamento. Além do aumento do desemprego e diminuição da renda, o mercado imobiliário enfrenta em 2015 um aperto no crédito.

Nesta semana, a Caixa promoveu mais uma rodada de alta nas taxas de juros dos financiamentos habitacionais, o terceiro reajuste só neste ano.

A nova subida do juro vale para todas as linhas que usam a poupança como fonte de recursos. O programa Minha Casa Minha Vida e os financiamentos pelo FGTS foram preservados.

A associação de consumidores Proteste simulou o financiamento de imóveis de R$ 400 mil e R$ 800 mil no fim de 2014 e agora. A conclusão é que o encarecimento do crédito pode significar um gasto de R$ 160 mil a mais pelo consumidor.

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