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Preço de motos deve cair 3%

Vendas caíram 43% no primeiro bimestre

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A partir de amanhã, os preços das motocicletas com até 150 cilindradas, que respondem por 85% das vendas do segmento, terão queda de 3%, segundo cálculo das fabricantes. Para os automóveis novos, que terão prorrogada a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), os preços permanecerão entre 5% e 7% mais baixos na comparação com as tabelas sugeridas pelas montadoras. No caso das motos, a queda será possível com a redução a zero da alíquota da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que é de 3%. A medida terá validade até 30 de junho, prazo também válido para a extensão do corte do IPI dos veículos. Segundo o diretor da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), Moacyr Paes, em janeiro e fevereiro as vendas de motos caíram 43% em relação ao mesmo período de 2008, para 189,1 mil unidades. As fábricas empregam 18 mil trabalhadores, a maioria na Zona Franca de Manaus (AM) e aceitaram acordo de manutenção de empregos durante a vigência da medida. O mesmo compromisso foi aceito pelas montadoras de veículos que hoje empregam cerca de 123 mil funcionários, 4 mil a menos do que em dezembro, incluindo as fábricas de tratores. Na primeira etapa da redução do IPI (entre 20 dezembro e hoje), não havia acordo relativo a empregos. As montadoras, contudo, podem abrir programas de demissão voluntária (PDV) e não renovar acordos temporários que vencerem nesse período. Só a General Motors tem mais de mil contratos que se encerram até o fim de abril. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, afirmou que a prorrogação do IPI terá grande impacto nas vendas internas de automóveis, que devem encerrar o semestre com volumes próximos ao da primeira metade de 2008 - a exemplo do que ocorre nesse primeiro trimestre. Ressaltou, porém, que as vendas de caminhões caíram 17% neste ano e as exportações despencaram. Até sexta-feira, as montadoras venderam 635,2 mil veículos, ante 633,7 mil nos primeiros três meses do ano passado. O setor deve encerrar março com vendas acumuladas de 660 mil unidades, o que representará alta de mais de 1% ante 2008. Segundo Schneider, sem a redução do IPI na mesma comparação as vendas cairiam 30%. De acordo com Schneider, a arrecadação do governo com o IPI foi reduzida em R$ 559,2 milhões com a primeira fase da redução das alíquotas, queda esta compensada pelo aumento de arrecadação de PIS/Cofins, IOF, ICMS e IPVA. Cálculos da Anfavea mostram mais de 100 mil veículos foram vendidos entre janeiro e março por causa do subsídio tributário. Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, a inclusão da manutenção de empregos no acordo "foi a primeira batalha vencida pelos trabalhadores, pois até agora o governo distribuiu dinheiro sem pedir garantias." Ele acredita que as empresas de autopeças, ainda que não citadas no acerto, não vão cortar vagas se tiverem encomendas das montadoras. O presidente da Volkswagen, Thomas Schmall, afirmou que o primeiro período do corte do IPI "foi importante para ajudar a recuperar perdas do fim de 2008". Para essa segunda etapa, ele espera manter os patamares de vendas dos últimos meses. A Volks tem convocado trabalhadores das fábricas do ABC e de Taubaté para horas extras aos sábados. Rogelio Golfarb, diretor da Ford, admitiu que houve antecipação de compras em março por parte de consumidores que temiam o fim do benefício, por isso ele acredita que abril possa ser um mês mais fraco de vendas, mas aposta que maio e junho serão melhores. A Ford abriu PDV para os funcionários das três fábricas do grupo alegando queda nas exportações. O segmento de carros usados, que ficou de fora do pacote, "foi discriminado", lamentou o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado de São Paulo (Assovesp), George Chahade. Frases Moacyr Paes Diretor da Abraciclo "Em janeiro e fevereiro as vendas de motos caíram 43% em relação ao mesmo período de 2008" Jackson Schneider Presidente da Anfavea "A medida terá grande impacto nas vendas internas de veículos, que devem encerrar o semestre com volumes próximos aos da primeira metade de 2008" Paulo Pereira da Silva Pres. da Força Sindical "Foi a primeira batalha vencida pelos trabalhadores pois até agora o governo distribuiu dinheiro sem pedir garantias" Thomas Schmall Presidente da Volks "O primeiro período do corte do IPI foi importante para ajudar a recuperar perdas do fim de 2008"

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