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Preço do álcool deve seguir firme na próxima safra

No início de abril, quando a oferta de álcool aumentará em virtude do início do processamento da safra, as usinas terão apenas 550 milhões de litros em estoque

Por Agencia Estado
Atualização:

O preço do álcool deve seguir firme na safra 2006/2007 de cana-de-açúcar, mas o consumo interno do combustível permanecerá estável no período, em cerca 13,5 bilhões de litros. As estimativas foram divulgadas nesta quinta-feira pela Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura. Segundo o consultor e presidente do órgão, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, a estabilidade no consumo virá do 1,2 bilhão de litros retirados do mercado em virtude da redução de 25% para 20% da mistura do álcool anidro adicionado à gasolina. "Em compensação, o consumo do hidratado deve aumentar na mesma proporção, com os veículos flex fuel que entrarão no mercado", afirmou Carvalho, que participou do 5º Encontro Regional dos Produtores de Cana, em Araçatuba (SP). Com o aumento de mais de 10% na cana moída na safra e o processamento previsto de 370 milhões a 377 milhões de toneladas de cana, a produção de álcool estimada no Centro-Sul deve ficar próxima aos 15 bilhões de litros. De acordo com Carvalho, o cerca de 1,5 bilhão de litros de álcool excedente na safra será para ampliar a exportação e recompor estoques que estão críticos nas usinas. Abril No início de abril, quando a oferta de álcool aumentará nas usinas em virtude do início do processamento da safra do Centro-Sul, as usinas terão apenas 550 milhões de litros de álcool em estoque, o suficiente apenas para 15 dias de consumo na região brasileira. "O preço do álcool deve começar a recuar apenas em abril, mas a tendência é de que ele seja mais estável durante toda a safra, em decorrência desses fatores", explicou o executivo. Ele estima ainda preços firmes, acima de 20 cents por libra-peso no mercado internacional, para o açúcar. No entanto, apesar das previsões, Carvalho admite que hoje é muito difícil fazer qualquer planejamento comum entre governo e usineiros, já que a relação entre ambos está abalada desde a crise do álcool, em janeiro. Além disso, o clima eleitoral deve aquecer os ânimos, de acordo com o consultor. "Haverá uma sangrenta campanha eleitoral e o cenário apresenta riscos demais para setores rebeldes da economia", concluiu Carvalho.

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