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Preço do álcool sobe 125% desde agosto em São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

O preço do álcool combustível em São Paulo subiu 125% desde agosto, segundo dados do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro). Apenas no último reajuste, ocorrido na semana passada, o aumento chegou a quase 30%, elevando os preços para até R$ 1,40, em alguns postos. Os representantes dos postos alegam que precisam repassar o aumento para o consumidor e os produtores afirmam que ocorreu apenas um ajuste dos preços, que estavam depreciados. Segundo o Conselheiro da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica) e proprietário da usina Santa Eliza, Maurílio Biagi Filho, a movimentação nos preços do álcool é ditada pelo humor do mercado. Ele lembra que em 1999, o litro do álcool era vendido por R$ 0,14, abaixo do custo de produção. Esse valor foi elevado para R$ 0,60 em dezembro de 2000 e caiu novamente para R$ 0,32 no meio deste ano e agora está em torno de R$ 0,70, diz. "A questão é que a safra não atingirá o crescimento de 22%." Biagi Filho diz que em junho e julho a expectativa era de um crescimento na safra próxima de 22%, sendo que o fechamento indicava avanço de apenas 8% na produção. "Por conta disso houve uma reação do mercado, mas boa parte do reajuste refere-se à recuperação de preços." O presidente da Unica, Eduardo Pereira de Carvalho, afirma que o preço do álcool é livre desde janeiro de 1999 e sofre influências do mercado. Além disso, ele acredita que o valor cobrado pelo litro do combustível continua sendo atrativo. Na bomba, diz Pereira, o álcool custa 60% do valor da gasolina. Mas o mercado encontra outras justificativas para o aumento do combustível. Entre elas a opção dos usineiros por produzirem mais açúcar para exportação em detrimento do álcool. Os produtores negam. Mas dados do Ministério de Comércio Exterior mostram que a exportação do produto neste ano até setembro comparado ao mesmo período de 2001 aumentou 25% em volume. "A produção de açúcar ganhou maior atratividade por causa da escalada do câmbio", afirma o consultor da MB Associados, Fábio Silveira. Apenas em setembro, diz , a exportação do açúcar foi 56% superior ao mesmo mês de 2001. A mudança de foco não deverá prejudicar o abastecimento de álcool pois os estoques suportam o consumo até a próxima safra, afirma Silveira. Biagi diz que nos níveis que o consumo de álcool vinha crescendo nos últimos meses a indústria não conseguiria atender a demanda no curto prazo. O aumento do consumo de álcool é decorrente do crescimento de conversões de motores de carro movidos a gasolina para álcool. Os usineiros reclamam ainda da demora na liberação dos recursos para estocagem do álcool criado recentemente pelo governo como forma de incentivar a indústria sucroalcooleiro.

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