PUBLICIDADE

Publicidade

Preço do álcool sobe e puxa inflação

Para economista da FGV, o aumento pode ser um primeiro reflexo da alteração na mistura de álcool anidro na gasolina, de 25% para 20%

Por Agencia Estado
Atualização:

O preço do álcool retomou a curva de crescimento na composição do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de 7 de março, após quatro semanas de contínua desaceleração. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou nesta quarta-feira o indicador, o preço do combustível aumentou em 4,84% na semana, ante 3,64% no período anterior. Para o economista da FGV André Braz, o aumento pode ser um primeiro reflexo da alteração na mistura de álcool anidro na gasolina, de 25% para 20%. "Como já estava previsto, o fato de a gasolina ser mais cara que o álcool deixa o produto com preço mais elevado para o consumidor, quando a adição do derivado de cana diminui na composição final", comentou. Para ele, a antecipação da safra de cana-de-açúcar na região Centro Sul deve anular este efeito de alta para as próximas semanas. Há, porém, o risco de que o álcool proveniente desta antecipação mão seja suficiente para atender ao mercado, e, por isso, uma nova alta seja verificada na semana que vem. Segundo Braz, o álcool contribuiu com 0,3 ponto porcentual do segmento de Transportes, que compõe o IPC-S. Apesar da alta do álcool, este segmento teve na semana finalizada em 7 de março uma desaceleração, passando de 0,98% para 0,91%. O economista acredita que a desaceleração é reflexo de uma diminuição do impacto dos reajustes de tarifas de ônibus urbano no indicador. Habitação Braz estima ainda que para as próximas semanas, o IPC-S deverá sofrer nova pressão do setor Habitação, um dos principais a puxarem o índice na semana encerrada em 7 de março. Segundo ele, estão sendo repassados este mês os reajustes de taxas de água e esgoto em várias capitais e isso começou a impactar o indicador já nesta primeira semana. "Como o reflexo é de um quarto do reajuste, por ser a primeira semana do mês, a tendência é que o impacto total seja verificado nas próximas semanas", comentou. O maior reajuste foi verificado em Brasília (15%), seguido de Belo Horizonte (9%) e Salvador (5%). Para o economista, março deverá ser um mês de maior equilíbrio no indicador, após os dois primeiros meses do ano, que geralmente tendem a apresentar índices ora muito altos, ora muito baixos, destoando da média mensal por efeitos sazonais. Braz destacou também o fato de a semana encerrada em 7 de março registrar a primeira aceleração no indicador após queda consecutiva em sete semanas. O pico do indicador foi registrado na segunda semana de janeiro (0,76%) e chegou a até 0,01% na última semana de fevereiro. "Encerrados os efeitos sazonais, agora vem uma onda mais equilibrada", disse. O IPC mede a inflação para famílias com rendimentos entre 1 e 33 salários mínimos, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.