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Preço do dólar será definido pelo fluxo cambial

Cotação do dólar pode continuar subindo, caso a saída de dólares aumente ou a entrada de recursos fique menor. O fato positivo da valorização da moeda norte-americano são os resultados no saldo da balança comercial.

Por Agencia Estado
Atualização:

A visão dos investidores estrangeiros dará o tom no mercado de câmbio. Por isso, o dólar pode continuar subindo caso haja uma saída de capital estrangeiro do País. Isso pode acontecer se as taxas de juros nos Estados Unidos continuarem atraentes, ou se aumentarem ainda mais na próxima reunião do banco central norte-americano (FED), nessa semana. A entrada de dólares também pode ficar reduzida, caso as empresa prefiram captar dinheiro no mercado interno, onde as taxas de juros caíram. O lado positivo disso é que dólar valorizado tem reflexos na balança comercial, já que as exportações brasileiras tornam-se mais acessíveis aos olhos do comércio exterior. O contrário acontece com as importações, que passam a ser reduzidas. De acordo com reportagem de Sérgio Lamucci, o economista José Augusto Savasini, sócio-diretor da Rosenberg & Associados, afirma que o superávit - exportações maiores que importações - é fundamental para que o País registre ganhos comerciais expressivos e, com isso, diminua a forte dependência de capital estrangeiro necessário para fechar as contas externas do País. Brasil ainda depende do capital estrangeiro Segundo Savasini, é preciso que o País comece, nos próximos três anos, a registrar saldos positivos de US$ 6 bilhões a US$ 8 bilhões, para reduzir essa dependência. Hoje, os investimentos estrangeiros diretos - voltados para a produção - estão cobrem com folga o déficit em contas correntes. Porém, no futuro, isso vai gerar um fluxo de saída de recursos, por conta de remessas de lucros e dividendos. Para este ano, Savasini entende que o saldo da balança deve ser de apenas US$ 1 bilhão. O economista-chefe do Banco Inter American Express, Marcelo Allain, é um pouco mais otimista, e acredita que as exportações podem superar as importações em US$ 2,6 bilhões. Mas há quem entenda que o principal problema da balança não é o câmbio. A questão é o fato de que os preços dos produtos agrícolas que o País exporta estão baixos, enquanto os do petróleo, que o Brasil importa, estão em alta.

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