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Preço do gás boliviano pode cair, mas no Brasil deve subir

Alta pode chegar a 25%, caso a Petrobras elimine desconto de uma só vez

Por Agencia Estado
Atualização:

O preço do gás boliviano pode cair até 5% no dia 1º de abril, data do reajuste periódico previsto em contrato. Se confirmado o cálculo, feito por especialistas a pedido do Estado, será a segunda redução seguida, já que em janeiro houve queda de 3,75%. O movimento acompanha a queda das cotações internacionais do petróleo e derivados. As distribuidoras de gás canalizado, porém, alertam para uma possível alta no preço do gás nacional, que abastece a região Nordeste, além dos Estados do Rio, Espírito Santo e parte de São Paulo. O gás boliviano é reajustado segundo a variação de uma cesta de óleos combustíveis no merca do internacional. Segundo cálculos da consultoria Gas Energy, com base no desempenho do mercado de petróleo até fevereiro, há um potencial de redução de US$ 0,20 sobre o preço atual, de US$ 3,90 por milhão de BTU (unidade de medida do poder calorífico dos combustíveis), em média. O contrato entre Brasil e Bolívia prevê reajuste a cada três meses e aponta dois preços para o gás importado pelo País: todo o consumo até US$ 16 milhões de metros cúbicos custa US$ 3,55 por milhão de BTU; os volumes adicionais têm um acréscimo de 20% e estão custando US$ 4,26 por milhão de BTU. O valor médio, de US$ 3,90, é calculado com base no consumo atual, que está em torno dos 24 milhões de metros cúbicos por dia. O contrato passará por uma revisão, segundo acordo entre os governos do Brasil e da Bolívia fechado em fevereiro, no qual a Petrobras se comprometeu a pagar mais pelas frações nobres do gás importado. Especialistas lembram, porém, que a estatal se comprometeu a absorver a alta, que, por isso, não deve ter impacto no preço final. O Brasil vem importando menos gás da Bolívia neste início de ano, devido às fortes chuvas que caíram sobre os reservatórios das hidrelétricas nos últimos meses e reduziram a operação das usinas térmicas. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o volume de importações em janeiro foi 3,3% menor do que o registrado sobre o mesmo mês do ano anterior. Na comparação com setembro, quando o setor elétrico brasileiro enfrentava uma das piores secas da história, a queda foi de 11%. Sem desconto, preço do gás no Brasil sobe O gás nacional, por outro lado, deve subir nas próximas semanas. Segundo executivos do setor, a Petrobras já enviou ofício às distribuidoras comunicando a retirada de descontos sobre o preço. Cálculos do mercado apontam que a alta pode chegar a US$ 1 por milhão de BTU, ou cerca de 25% sobre o preço atual, caso a estatal decida eliminar todo o desconto de uma só vez. O preço do gás nacional foi congelado em 2003. Em 2005, a Petrobras decidiu retirar parte dos descontos e promoveu dois aumentos no preço. A Associação Brasileira das Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não foi informada sobre o valor do aumento em estudo pela estatal. Na Petrobras, nenhum executivo foi encontrado para comentar o assunto.

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