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Preço do minério pode subir mais de 30%

Maior ciclo de alta do minério em 40 anos ajuda a Vale a dar novo salto

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Por Redação
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O preço do minério de ferro pode ter nova alta de até 35% no próximo ano. A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), uma das três maiores mineradoras do mundo, abriu negociações com as siderúrgicas chinesas, responsáveis pelo maior ciclo de alta da mineração mundial desde a década de 70. A alta dos minerais começou no início de 2003 e não parou desde então. No período, a China multiplicou por duas vezes e meia a produção. Em 2002, segundo dados do Instituto Internacional de Ferro e Aço (IISI), os chineses produziram 182 milhões de toneladas de aço bruto. Este ano, a expectativa é que as siderúrgicas chinesas produzam 480 milhões de toneladas. "Há indicações de que o crescimento da produção de aço da China tem sido menor. Mas essa desaceleração ainda não deve ser suficiente para evitar reajustes pequenos no minério de ferro. Isso deve pode acontecer no próximo ano", diz Rodrigo Ferraz, analista da Brascan Corretora. A valorização dos ações da Vale do Rio Doce reflete exatamente a expectativa de que a empresa poderá se beneficiar mais uma vez de um novo aumento do preço do minério. Segundo Claudio Pitchon, responsável pelo setor de mineração e metalurgia do WestLB na América Latina, a demanda por minério de ferro continua muito acima da capacidade de oferta. "O preço do minério no mercado spot (à vista) para exportação da Índia para a China está em US$ 130 por tonelada. O valor do preço em contrato do Brasil é de US$ 110 a tonelada. Enquanto o preço do mercado à vista estiver maior que o preço em contrato, a negociação para alta de preço tem mais força", explica. A alta do minério de ferro permitiu um impulso não apenas para a Vale. O superciclo da mineração viabilizou uma série de projetos no Brasil. A MMX, empresa do empresário Eike Batista, aposta hoje em três frentes de produção de minério: em Corumbá (MS), Amapá e Minas Gerais. "Todos esses projetos já eram viáveis há dois anos, quando o preço do minério era menor. As sucessivas altas só melhoraram a rentabilidade da operação", aponta José Luiz Amarante, diretor-comercial da MMX. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) se prepara para se tornar uma mineradora, com ações negociadas em Bolsa. O projeto prevê a produção de 55 milhões de toneladas de minério em 2010. Benjamin Steinbruch, controlador da CSN, espera anunciar ainda este ano a abertura de capital dos ativos de mineração. A idéia é fazer com que o valor contido na mina Casa de Pedra - e que hoje não está no valor de mercado da CSN - apareça. Segundo a CSN, a alta do preço do minério só ajuda nessa decisão. Os projetos de mineração, diz a empresa, têm "alta rentabilidade" com preços bem menores.

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