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Preço do petróleo deve permanecer o mesmo, afirma CGES

Embora os fundamentos do mercado apontem para uma menor demanda de petróleo, os riscos geopolíticos deverão manter os preços da commodity próximos ao seu atual patamar

Por Agencia Estado
Atualização:

O Centro para Estudos de Energia Global (CGES na sigla em inglês) divulgou nesta segunda-feira que embora os fundamentos do mercado apontem para uma menor demanda de petróleo, os riscos geopolíticos deverão manter os preços da commodity próximos ao seu atual patamar, em torno dos US$ 70 por barril, pelo menos até o final deste ano. "Os fundamentos apontam na direção de um mercado mais fraco, com a temporada de intenso uso de carros nos Estados Unidos chegando ao seu final e os estoques de petróleo crescendo, mas o temor nos mercados vai persistir enquanto a Nigéria continuar sendo alvo de distúrbios, o Iraque permanecer caótico e o Irã continuar desafiando as potências mundiais com seu programa de enriquecimento nuclear", disse o CGES, em seu relatório mensal. "Essas duas forças deverão compensar uma à outra, mantendo o preço do petróleo dentro de uma estreita margem de variação ao longo pelo menos dos próximos seis meses, mas as incertezas são grandes e uma pequena deterioração no frágil cenário geopolítico poderá provocar um novo salto nos preços." O CGES, cuja sede fica em Londres, observou que a economia dos Estados Unidos está se desacelerando e a tendência de alta dos juros nos principais países ricos vai enfraquecer o crescimento global. "Dessa maneira, o preço do petróleo está sendo puxado em duas direções diferentes, pela batalha entre barris reais e ansiedades." O centro de estudo lembrou que o crescimento do consumo mundial de petróleo já havia se desacelerado para 1,3% no ano passado, ante os 3,9% registrados em 2004. Para este ano, ele prevê um crescimento de apenas 0,9%."`É verdade que a aparente demanda de petróleo da China está crescendo, mas metade desse aumento pode estar sendo causada pelo restabelecimento dos níveis dos estoques após as fortes quedas do ano passado", disse. Além disso, o aumento da produção entre as nações que não integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deverá ser maior neste ano. Mas o CGES disse que o crescimento da demanda, embora menor, está concentrado no setor de combustíveis para automóveis e o sistema mundial de refino continua incapaz de produzir esses derivados num volume suficiente para atender ao consumo. Além disso, os mercados continuam muito preocupados sobre a capacidade do setor atender à demanda durante o próximo inverno no hemisfério Norte diante das ameaças à produção na Nigéria, Iraque e Irã. Esses temores se refletem nos preços futuros do petróleo. Por outro lado, observou a entidade, um alívio nessas tensões geopolíticas poderia causar um forte movimento de venda nos mercados futuros. "Nesse caso, uma combinação de estoques em alta e o preços futuros em queda causaria uma forte correção baixista nos preços do petróleo´, disse.

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