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Preço do petróleo dispara com o medo de atentados na Arábia Saudita

O fechamento da embaixada dos Estados Unidos em Riad, após ameaças de supostos terroristas, gerou grande preocupação nos mercados.

Por Agencia Estado
Atualização:

O preço do barril de petróleo Brent, referência na Europa, marcou um novo recorde nesta segunda-feira, ficando acima dos US$ 62 no mercado de Londres, influenciado pelo temor de novos atentados na Arábia Saudita e uma possível escassez no abastecimento. O fechamento da embaixada dos Estados Unidos em Riad, após ameaças de supostos terroristas, gerou grande preocupação nos mercados dos dois lados do Atlântico, que reagiram com o mesmo nervosismo e impulsionaram seus petróleos de referência - Brent e WTI - a novos recordes. O barril de petróleo do mar do Norte era negociado a US$ 62,61 no International Petroleum Exchange de Londres, US$ 1,47 a mais que no final do pregão de sexta-feira. Nos Estados Unidos, o Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) estava acima dos US$ 63 por causa do temor de que o fechamento de algumas refinarias neste país ajude a um abastecimento insuficiente e devido à instabilidade no Oriente Médio. Os investidores no mercado nova-iorquino temem, principalmente, que a produção de combustíveis não consiga atender à forte demanda nos Estados Unidos. Nas últimas semanas, várias companhias, entre elas a Exxon Mobil, a British Petroleum, a ConocoPhillips e a Valero Energy fecharam algumas refinarias por causa de problemas ou manutenção, o que representou uma redução da produção de combustíveis como a gasolina. Os analistas em Londres concordaram em afirmar que a instabilidade no Oriente Médio - com a possibilidade de atentados terroristas na Arábia Saudita - principal produtor do mundo, é a principal causa da alta do petróleo. Clima de incerteza Os mercados vivem em clima de incerteza desde a morte do Rei Fahd da Arábia Saudita na semana passada, que levantou o temor de uma mudança na política petrolífera do país, além de um aumento do preço do barril. Com o fechamento da embaixada americana e as advertências da britânica, que hoje desaconselhou os cidadãos a viajar para Riad devido às suspeitas de que um atentado possa estar sendo planejado, os preços do petróleo dispararam em todos os mercados. A situação na Arábia Saudita vem junto com as constantes ameaças ao abastecimento no Iraque e a crescente instabilidade no Irã, que hoje anunciou a retomada de suas atividades nucleares na usina de Isfahan, apesar das advertências da União Européia (UE). O Irã, segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), afirma que todos seus programas nucleares têm fins civis, como a produção de energia, mas os Estados Unidos suspeitam que Teerã busca a fabricação de armas nucleares.

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