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Preço do petróleo é "ameaça para economia mundial", diz FMI

O crescimento da economia mundial se desacelerou a 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005 e manterá esse ritmo em 2006, devido ao aumento dos preços do petróleo, segundo um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado ontem.

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor-gerente do FMI, Rodrigo Rato, disse hoje que os altos preços do petróleo "são uma ameaça para a economia mundial", em sua análise semestral da saúde econômica do planeta. Rato destacou que parte das altas do preço se deve a uma insuficiência da oferta, o que é um "fator preocupante", já que, no passado, sua causa estava no crescimento da demanda. Rato também fez uma advertência sobre os desequilíbrios mundiais em conta corrente, em entrevista coletiva concedida às vésperas da Assembléia Anual conjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que se realizará neste fim de semana em Washington. Rato disse que esses desajustes "são um risco crescente para a prosperidade". Os desequilíbrios se manifestam no elevado déficit em conta corrente dos EUA, que ascenderá em 2005 a 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo cálculos do Fundo. Em compensação, a China, os países produtores de petróleo e a Europa têm superávit em conta corrente. Rato reconheceu que houve avanços "em muitas áreas" para a redução do desajuste, mas, "dado o tamanho dos desequilíbrios, as coisas têm que acontecer mais rápido". O diretor-gerente do Fundo instou a Europa a reformar o mercado de trabalho e o setor de serviços para permitir que a região aumente seu crescimento potencial, que o organismo calcula em 2% ao ano. Rato também instou a Ásia a adotar "reformas estruturais" e aos EUA a economizar mais. Em todo caso, o diretor-gerente descartou que os desajustes se devam ao fato de que há uma economia excessiva no mundo. "O problema do mundo não é um aumento da economia, mas um investimento insuficiente" em muitos países, disse. O Fundo pediu mais investimento nas nações produtoras de petróleo e na Ásia, com exceção da China, onde o investimento já é muito alto. Apesar dessas advertências e recomendações, o diretor-gerente do FMI deixou claro que "a economia mundial tem uma base robusta" e que "o sistema financeiro mundial é mais resistente agora que há muitos anos". Economia mundial O crescimento da economia mundial se desacelerou a 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005 e manterá esse ritmo em 2006, devido ao aumento dos preços do petróleo, segundo um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado ontem. O Fundo confirma, assim, seu prognóstico para 2005, apesar de revisar com uma baixa de 0,1 ponto o crescimento mundial para 2006.

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