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Preço global de alimentos cai pelo terceiro ano consecutivo, diz FAO

Dólar mais alto, grande oferta e estoque recorde influenciaram a queda nos preços, que foi puxada por açúcar e óleo de palma; em dezembro, retração foi de 1,7% em relação ao mês anterior; acumulado de 2014 fechou em queda de 3,7% ante 2013

Por Daniela Frabasile
Atualização:
Conforme a FAO, a queda foi influenciada principalmente pela retração dos preços do açúcar e do óleo de palm Foto: Marcelo Sayão/Efe

SÃO PAULO - O Índice mensal de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado nesta quinta-feira, 8, apresentou queda de 1,7% em dezembro ante novembro, para 188,6 pontos. A grande oferta e estoque recorde de commodities, além do dólar mais fortalecido ante outras moedas, contribuíram para a queda, de acordo com a organização. Conforme a FAO, a queda foi influenciada principalmente pela retração dos preços do açúcar e do óleo de palma.

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Considerando-se o ano de 2014, o índice de preços de alimentos obteve média de 202 pontos, uma queda de 3,7% ante 2013. O ano passado foi o terceiro ano consecutivo de queda anual do índice.

O Índice de Preços de Alimentos acompanha cinco grupos de commodities em mercados internacionais: cereais, carnes, laticínios, óleos vegetais e açúcar. Entre esses segmentos, o de carnes foi o único que apresentou alta no ano de 2014. Os outros quatro atingiram ou se aproximaram do menor nível em cinco anos. Em 2014, o índice de preço de carne obteve média anual recorde de 199 pontos, alta de 8,1% ante 2013. O aumento foi compensado pela queda em outros grupos, em especial o índice de preço de cereais, que caiu 12,5%, para 191,9 pontos.

Nos outros grupos de alimentos, o índice de preço de laticínios caiu 7,7% em 2014, para 224,1 pontos. O indicador de preços de óleos vegetais recuou 6,2%, para 181,1 pontos, enquanto o índice que mede os preços do açúcar registrou queda anual de 3,8%, para 241,4 pontos.

Considerando-se apenas o mês de dezembro, o índice de preços de cereais apresentou média de 183,9 pontos, alta de 0,4% ante novembro. A FAO aponta que os preços do trigo, que subiram por conta de preocupações de que a Rússia poderia restringir suas exportações, foi o principal fator a influenciar a alta. No entanto, o incremento nos preços do cereal foi compensado em parte pelo fortalecimento do dólar. Além disso, os preços do arroz apresentaram retração acentuada em virtude da abundante oferta.

Óleo, laticínios, carne e açúcar. No segmento de óleos vegetais, o indicador alcançou 161 pontos em dezembro, queda 2,4% na comparação com o mês anterior, e atingiu o menor nível em cinco anos. Segundo a FAO, a retração se deve principalmente à menor demanda por óleo de palma, que foi pressionado pela queda dos preços do petróleo.

O indicador de preço de laticínios da FAO caiu para 174 pontos no mês passado, menor nível desde 2009. O resultado representa baixa de 2,3% na comparação com novembro. A redução das importações da China e da Rússia foi responsável pelo aumento dos estoques no mercados internacionais, que pesou sobre as cotações.

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O índice de preço da carne também apresentou queda em dezembro ante novembro. No mês, o indicador atingiu 204 pontos, recuo de 1,9%. Entretanto, mesmo com a baixa, o resultado se aproxima do recorde para o mês.

Com relação aos preços do açúcar, o índice da FAO registrou queda de 4,8%, para 219 pontos em dezembro. A baixa dos preços do petróleo, que reduz a demanda por etanol, pesou sobre as cotações do açúcar no mercado internacional em dezembro, além dos amplos estoques da commodity.

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