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Preços ao consumidor sobem nos EUA, indústria fica estável

Por GLENN SOMMERVILLE
Atualização:

Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram moderadamente em dezembro, e a produção industrial ficou estável, deixando a porta aberta para um novo corte do juro pelo Federal Reserve este mês. Os relatórios divulgados nesta quarta-feira também mostram que os preços ao consumidor subiram no ano passado no ritmo mais rápido em 17 anos, puxados pelos custos de energia. Ao mesmo tempo, o crescimento anual da indústria foi o mais fraco desde 2003. Os dados "sustentam nossa visão de que estamos no fio da navalha, de que podemos caminhar para uma recessão", disse Mike Scherk, economista da Credit Union National Association, em Madison, Wisconsin. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), medida mais usada de inflação, subiu 0,3 por cento em dezembro, segundo o Departamento de Trabalho. O dado ficou um pouco acima da previsão de 0,2 por cento feita por economistas. O núcleo dos preços, que exclui os custos de alimentos e energia, subiu 0,2 por cento, em linha com as expectativas. Em todo o ano passado, o índice subiu 4,1 por cento, bem acima da alta de 2,5 por cento vista em 2006 e o maior nível desde 1990. O núcleo dos preços avançou 2,4 por cento em 2007, após alta de 2,6 por cento no ano anterior e com o menor aumento anual desde 2005. Analistas dizem que os dados mostram a pressão sentida pelos consumidores, mas também abrem espaço para um corte de 0,50 ponto percentual pelo Fed na reunião de 29 e 30 de janeiro. "O que isso significa para a política monetária, ao que parece, é que há algum espaço para que o Fed corte o juro sem medo de que a inflação avance", avaliou Oscar Gonzalez, economista da John Hancock, em Boston. O departamento disse que os preços de alimentos e de energia subiram em 2007 na maior velocidade desde 1990. Os custos de energia avançaram 17,4 por cento e os de alimentos, 4,9 por cento. Em outro relatório, o Fed divulgou que a produção industrial ficou estável em dezembro, contrariando as expectativas de queda. Apesar dos sinais de desaceleração, os investidores estrangeiros continuaram a colocar dinheiro em investimentos nos EUA. O fluxo líquido positivo de capital subiu para 149,9 bilhões de dólares em novembro, ante 92,2 bilhões de dólares em outubro, de acordo com o Tesouro. A entrada de capitais em novembro foi mais do que suficiente para cobrir o déficit comercial no mês, de 63,1 bilhões de dólares.

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