SÃO PAULO - O verão só chega oficialmente em dezembro, mas consumidor brasileiro já está pagando mais na hora de comprar cerveja, bebida que continua sendo uma das mais apreciadas no País.
De janeiro a setembro, o valor médio da cerveja acumula alta de 6,52% no âmbito do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicador que mede a taxa de inflação oficial do País.
No acumulado em 12 meses até setembro, o aumento da cerveja atinge 10,05%, contra 5,86% do IPCA. No IPCA de setembro, que engloba os preços em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Salvador, Recife, Porto Alegre, Belém, Belo Horizonte, Curitiba e Fortaleza, o preço da cerveja avançou 1,17%. Na cidade de São Paulo, o aumento acumulado da cerveja em 12 meses encerrados em setembro é de quase 11%, enquanto o indicador que calcula a inflação na capital, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), é de 4,57%.
No ano, de janeiro até o nono mês, a cerveja teve um encarecimento de 5,51%, e avançou mais de 3% em setembro, segundo a Fundação Institutos de Pesquisas Econômicas (Fipe). Difícil é apontar um único motivo para o encarecimento da cerveja, segundo analistas. Uma das justificativas para a alta da bebida está no aumento do preço do trigo e seus derivados no exterior apurado nos últimos meses.
Essa pressão estaria sendo causada pelas incertezas com a safra de grãos nos EUA e em razão de problemas climáticos na Argentina e também no Brasil. Um outro argumento é a renda aquecida, que tem garantido mais dinheiro no bolso do consumidor. Há ainda o efeito tardio da alta do dólar no final do segundo trimestre.
"Pode ser que seja a sazonalidade", comentou o economista e coordenador do IPC-Fipe, Rafael Costa Lima.