PUBLICIDADE

Preços dos combustíveis tendem a baixar, diz ANP

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Sebastião do Rego Barros, acredita que os preços dos combustíveis tendem a baixar um pouco esta semana, devido à reacomodação das margens de revenda, que cresceram muito na semana passada. Segundo ele, o aumento de margens "é normal" depois de reajustes promovidos pela Petrobras, mas tendem a ser revertidos devido à competição entre postos. "É normal ter aumento grande no início, mas depois o mercado se ajusta", disse. Segundo a última pesquisa de preços da ANP, realizada logo após os reajustes anunciados em 1º de novembro, o ganho dos postos com a venda de cada litro de diesel subiu, em média, 100% em todo o País. A margem média brasileira do diesel, que era de R$ 0,140 por litro, aumentou para R$ 0,281. O ganho dos postos sobre o litro de gasolina subiu 60%, chegando a R$ 0,372. No caso do botijão de gás, o aumento foi de 49%, e no álcool, 76%. Para Rego Barros, porém, não está havendo abuso no mercado de combustíveis. Aumentar margem, diz, não é proibido. "Os preços estão liberados", justifica. Para ele, porém, a concorrência vai forçar uma redução natural destes ganhos. Em São Paulo, o preço médio do litro de gasolina, por exemplo estava em R$ 1,911 na sexta-feira, quando a ANP publicou a pesquisa. Este valor é 10,98% maior que o cobrado na semana anterior. No caso do diesel, a alta foi de 13,96%. Os reajustes promovidos pela Petrobras foram de 12,04% e 20,05%, respectivamente. Responsabilidade Na opinião do analista de petróleo do Unibnco Research, Cleomar Parisi, o governo também é responsável pela alta no preço dos combustíveis em 2002. Segundo ele, a arrecadação dos impostos federais sobre o setor deve crescer 43% este ano. Em 2001, disse, o governo arrecadou R$ 9,9 bilhões com PIS/Cofins e Parcela de Preço Específica (PPE), antigo tributo federal que foi substituído pela Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Este ano, estima-se uma arrecadação de R$ 14,2 bilhões. Já o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), disse que a conjuntura foi desfavorável neste primeiro ano de liberação dos preços dos combustíveis. Segundo ele, o conflito na palestina, a falência de corporações norte-americanos, o risco de guerra no Iraque e as eleições impactaram negativamente na cotação do petróleo e no mercado de câmbio. Pires propõe a criação de um fundo para diluir o impacto do dólar e do petróleo no preço que os brasileiros pagam pelos combustíveis. "Poderia ser um fundo com recursos fixos, que perderia dinheiro quando o preço internacional estiver alto e ganharia quando estiver baixo", explicou. A idéia foi reforçada pelo professor Luiz Pingueli Rosa, um dos coordenadores do programa do PT para a área de energia. Segundo ele, é preciso criar um mecanismo para que nem o consumidor pague pelo combustível em dólar e nem as empresas percam dinheiro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.