08 de fevereiro de 2015 | 02h05
Em 20 cidades analisadas em todo o País, as variações de preço oscilaram entre -0,68%, em Porto Alegre, e +1,43%, em Fortaleza. A intensidade da queda foi generalizada, mas o peso foi muito maior em Curitiba, Santos e Niterói, além da capital gaúcha.
Mesmo nos mercados mais fortes a alta nominal de preços não bastou para compensar a inflação: supondo um IPCA de 1,2% em janeiro e de 7,1% em 12 meses, houve em São Paulo uma queda real dos preços pedidos pelos imóveis de 0,1% e no Rio de Janeiro, um recuo de 0,4%.
Na média das cidades analisadas, os preços pedidos aumentaram 6,29% em 12 meses, com queda real estimada em 0,8 ponto porcentual.
A queda real de preços - ocorrida em 11 das 20 cidades analisadas - confirma a tendência verificada nos últimos dois anos: os preços médios pedidos haviam subido 14,74% entre 2012 e 2013 e 6,7% entre 2013 e 2014. Janeiro, portanto, foi o primeiro mês, desde 2011, a registrar diminuição dos preços reais.
A perda de fôlego do segmento imobiliário deve-se ao enfraquecimento do mercado de trabalho e à elevação dos juros, enfatizou Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice FipeZap. "Os juros cobrados no crédito imobiliário subiram na Caixa e em outros bancos", afirmou. Na Caixa Econômica Federal, a alta foi aplicada a partir de 19 de janeiro.
Cabe notar que nos mercados de São Paulo e do Rio ainda houve altas nominais mensais de 0,46% e 0,33% em janeiro, e de 7,02% e 6,63% em 12 meses. É sinal de que os vendedores resistem, portanto, a reduzir mais expressivamente os preços, ainda que o ritmo de negócios esteja em desaceleração, como confirmam, por exemplo, pelas estatísticas mensais divulgadas pelo sindicato da habitação (Secovi).
O mercado imobiliário continua a beneficiar-se do crescimento populacional e da formação de novas famílias - estimada em 1 milhão por ano por Zylberstajn.
Mas isso não basta para sustentar os preços dos imóveis, com a exceção de cidades ou regiões onde a oferta de habitação ainda é menor do que a demanda.
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