Publicidade

Preços no atacado não pressionaram IPCA, afirma IBGE

Por Agencia Estado
Atualização:

A gerente do sistema de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, disse que não houve pressão dos reajustes no atacado sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, com exceção dos automóveis. Nesse caso, segundo ela, houve um aumento de 1,56% em fevereiro, refletindo repasses de aumentos nos custos de produção, especialmente nos preços do aço. Nos dois primeiros meses deste ano, os automóveis tiveram alta de 3,2%, superior à taxa de 1,02% de todo o ano passado. "O aumento dos automóveis é a única influência do atacado que conseguimos ver na taxa de fevereiro", disse. As mensalidades escolares, responsáveis pela metade do IPCA de fevereiro, subiram bem acima da inflação desde o início do Plano Real. A gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE divulgou que de julho de 1994 a fevereiro de 2004, as mensalidades registraram variação de 234,99%, ante IPCA acumulado de 163,64% no período. Eulina acredita que os colégios repassaram, neste início de ano - em fevereiro, as mensalidades subiram 8,11%, para IPCA de 0,61%, segundo o IBGE -, custos que cresceram com a inflação de 2002 e do ano passado, como energia elétrica e outras tarifas. No ano passado, as mensalidades subiram acima do IPCA (9,3%) acumulado, com variação de 9,84%. Inflação em março Eulina disse que as pressões já conhecidas para o IPCA de março são: resíduo do telefone fixo - que subiu 0,91% em fevereiro, por causa de reajuste de 7% nas ligações de fixo para móvel -, cuja variação não deverá superar 1%; taxa de água e esgoto, por causa de reajuste de 20% em Belo Horizonte em primeiro de março, além de resíduo do reajuste de 7% dos cigarros em 19 de fevereiro (com variação de 2,03% no IPCA de fevereiro). Ela afirmou que o IPCA de março poderá registrar um "pequeno resíduo" dos reajustes das mensalidades escolares, que tende a ser pequeno caso ocorra. Outra possível pressão, também difícil de prever a variação, poderá vir do aumento da alíquota do IPI dos automóveis a partir do início de março.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.