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Preços no atacado seguem em alta, mas no varejo arrefecem

Por VANESSA STELZER
Atualização:

Os preços no atacado brasileiro continuam em aceleração, em razão sobretudo do setor agrícola, mas no varejo a inflação continua dando sinais de arrefecimento, segundo dois índices divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira. O Índice Geral de Preços-10 contrariou a previsão do mercado e subiu em ritmo mais forte, em 2,00 por cento neste mês, ante avanço de 1,96 por cento em junho. Analistas consultados pela Reuters previam alta de 1,88 por cento, de acordo com a mediana de 10 estimativas, que variaram entre 1,75 e 1,96 por cento. O IGP-10 é formado 60 por cento pelos preços no atacado, 30 por cento pelo varejo e 10 por cento pela construção civil. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), por outro lado, veio melhor que o esperado, subindo 0,69 por cento na segunda prévia de julho, ante alta de 0,79 por cento na abertura do mês. Foi a menor leitura desde o início de abril. "Internamente, além dos preços do petróleo, os índices de inflação domésticos são outra variável importante para determinar se a curva dos DIs (juros futuros) vai se firmar em baixa e para formar um quadro mais definido de apostas para a reunião do Copom na próxima semana", disse em nota Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora. Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) vêem mostrando queda em pregões bastante voláteis, corrigindo as fortes altas anteriores e reagindo a melhores números de inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se na próxima semana para definir a taxa Selic e ainda há uma divisão entre os economistas sobre se a alta será de 0,50 ou de 0,75 ponto percentual. AGRÍCOLAS SALTAM Entre os três componentes do IGP-DI, o Índice de Preços por Atacado (IPA) foi o único a acelerar a alta, para 2,54 por cento em julho contra 2,21 por cento no mês passado. O IPA agrícola saltou 4,66 por cento, ante avanço de 2,62 por cento em junho. Já o IPA industrial subiu 1,71 por cento neste mês, abaixo da variação de 2,06 por cento no passado. As maiores elevações de preços no atacado vieram de soja em grão, bovinos, aço semi-acabado ao carbono, carne bovina e milho em grão. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,65 por cento, abaixo da variação de 0,93 por cento em junho. O grupo Alimentação desacelerou a alta, para 1,56 por cento em julho, contra 2,40 por cento em junho. No IPC-S, a desaceleração da inflação também veio de uma menor variação do grupo Alimentação, para 1,56 por cento na segunda leitura de julho, ante 1,93 por cento na primeira. Os principais alimentos em queda nos IPCs foram mamão papaia, alface, vagem e banana prata. Também desaqueceu-se a alta do grupo Vestuário, para 0,09 por cento, ante 0,40 por cento. O IGP-10 foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 de junho e 10 de julho. O IPC-S mediu a variação dos preços entre os dias 16 de junho e 15 de julho.

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