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Preços no varejo recuam e favorecem início da queda da inflação

Por Agencia Estado
Atualização:

O recuo nos preços do varejo foi o principal responsável pela desaceleração da segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que passou de 0,28% para 0,22% de janeiro para fevereiro. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele explicou que, na segunda prévia de fevereiro, os preços no atacado atingiram alta de 0,09%, mesma taxa apurada em igual prévia em janeiro, ou seja, os preços no atacado ficaram praticamente estáveis no período. "Como o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve um recuo forte (de 0,66% para 0,43% de janeiro para fevereiro) os preços no varejo foram os que puxaram para baixo a prévia do IGP-M", disse. Quadros informou ainda que o recuo no varejo foi impulsionado pela despencada dos preços de Alimentação (de 0,87% para 0,29%). Mais uma vez, a melhor oferta de carnes no mercado, devido ao início da safra na pecuária, beneficiou os preços no segmento, puxando-os para baixo. "Para se ter uma idéia, os preços do segmento de Aves e Ovos passaram de alta de 0,99% para queda de 1,70%", disse. No atacado, ele comentou que as elevações expressivas de preço, de janeiro para fevereiro, de Legumes e Frutas (de 5,79% para 13,63%) foram compensadas por intensas quedas de preço em produtos de peso no atacado, como ovos (-3,12%) e bovinos (-3,63%). "Isso fez com que os preços dos produtos agrícolas apresentassem variação zero, com as quedas de preço equilibrando as altas", afirmou, acrescentando que isso contribuiu para que a taxa do Índice de Preços no Atacado (IPA) permanecesse idêntica a da apuração anterior de igual prévia. Combustíveis pressionam preços para cima O setor de Combustíveis e Lubrificantes no atacado continua apresentando alta de preços, passando de queda de 0,53% para aumento de 0,74% da segunda prévia do IGP-M de janeiro para igual prévia do mesmo indicador em fevereiro. Mas, segundo Quadros, os preços no setor estão sendo afetados por uma "ondulação" momentânea de produtos que são mais ligados à flutuação do petróleo no mercado internacional, como querosene para motores e óleos combustíveis. "Isso não configura uma tendência, pois os preços do petróleo no mercado internacional estão voláteis", afirmou o técnico. Ele considerou que essa ligeira subida nos preços do petróleo no exterior, captada por alguns produtos aqui no mercado interno, provavelmente foi causada por especulação de mercado, originada sobre o que vai ocorrer com a demanda no setor quando o inverno no hemisfério norte acabar, no segundo trimestre deste ano. "Não posso afirmar com certeza, mas é até possível que esse quadro (de alta nos combustíveis no atacado) possa se reverter ou pelo menos ser atenuado no futuro", disse.

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