27 de maio de 2013 | 02h06
O preço médio da tonelada de minério de ferro exportada em 2011 atingiu US$ 126 e neste ano, até maio, recuou para US$ 107. "Neste momento está saindo por US$ 107 por causa dos contratos passados, mas o mercado spot (à vista) no Brasil está em US$ 95", diz Castro.
O quadro se repete para soja, café, açúcar, celulose, carne bovina e petróleo. Em agosto, a soja foi embarcada por US$ 700 a tonelada. O ano começou com embarques a US$ 535 e hoje está em US$ 520. "Na Bolsa de Chicago, a tonelada é cotada a US$ 470 e pode recuar para US$ 400. Aí será o caos. A queda de preços não será mais compensada pelo aumento da produção de soja brasileira."
Em 2011, o preço médio da tonelada de café embarcada no Brasil era de US$ 4.466. Recuou para US$ 3.805 em 2012 e neste mês está em US$ 2.905. Segundo o diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Guilherme Braga, com a crise os países importadores ampliaram as compras de café robusta, de qualidade inferior e preço mais baixo. O Brasil é o maior produtor de café arábica, mais caro e de melhor qualidade. Com isso, o produto nacional perdeu mercado.
Além de a economia mundial crescer menos e os países em crise estarem substituindo produto mais caro por mais barato, os preços das commodities foram afetados pela diminuição da especulação com papéis atrelados a essas matérias-primas, diz Fabio Silveira, da GO Associados. "A commodity era considerada ativo financeiro. Mas muitos fundos deixaram de operar e isso afetou negativamente os preços", diz Castro. Silveira observa que, no açúcar e no café, os fundos venderam posições e isso acelerou a queda de preço. Na soja, a queda não ocorreu, mas há fundamento para isso, pois cresceu o estoque. / M.C.
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