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Preencher o álbum da Copa do Mundo custa R$ 474

Segundo matemático, esse é o valor médio para o colecionador que trocar figurinhas em um grupo de 25 pessoas; quem completar sem trocas gastará, em média, R$ 1.956

Por Pedro Ladislau Leite
Atualização:

Copa do Mundo de futebol invoca imediatamente algumas lembranças. O 7 a 1 do Mineirão, o "é tetraaaaaaaa" de 1994 e, claro, o álbum de figurinhas da Copa, editado e comercializado ininterruptamente no Brasil desde 1970 pela italiana Panini.

Para obter com certeza as 682 figurinhas sem trocar com ninguém, é preciso gastar pelo menos R$ 560 Foto: Ciro Campos/ Estadão

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Falando especificamente do álbum, o que pouca gente considera é o investimento necessário para preencher e guardar a lembrança. Não basta dividir 682 (o número de espaços em branco no álbum) por cinco (a quantidade de figurinhas em cada envelope). É preciso considerar as figurinhas repetidas, a distribuição dos lotes pelas bancas de jornal e outras variáveis estatísticas.

Para o matemático Sebastião de Amorim, professor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp, para levar a brincadeira até fim, são necessários, em média, 978 envelopes que, vendidos a R$ 2 cada, dá um desembolso total de R$ 1.956. O professor alterou os cálculos feitos inicialmente, que apontavam que eram necessários 280 envelopes, com um total de R$ 560, para se ter uma certeza de 99,2% que o álbum seria preenchido.

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Para chegar a esse valor, Sebastião Amorim, é bom que se diga, não considerou o troca-troca de figurinhas entre os colecionadores – parte da brincadeira para muitos.

Amorim também estimou que, com três colecionadores trocando figurinhas entre si, cada um terá, para terminar o álbum, que comprar 521 envelopes, em média, um custo de R$ 1.042. Para um grupo de 25 pessoas trocando, esse número cai para 237 pacotes, ou R$ 474.

Inflação da Copa. Sem querer desestimular ninguém, outra particularidade econômica do álbum de figurinhas da Copa da Rússia de 2018 é também o preço do produto. O colecionador está pagando 100% mais caro neste ano do que em 2014, quando o envelope custava R$ 1. Como comparação, a inflação oficial do País nesse período de quatro anos ficou na casa dos 28%.

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Questionada sobre a alta nos preços, a editora Panini, que tem sede na Itália, afirma que os preços dos produtos no Brasil são compatíveis com os valores praticados nos países da América Latina. Segundo eles, o preço reflete todos os investimentos da empresa nas diversas plataformas para o lançamento da coleção de 2018, incluindo aplicativos e álbum digital.

A edição deste ano é a 13ª produzida ininterruptamente pela Panini, que tem parceria com a Fifa desde 1970. Só para o Brasil, a tiragem inicial dos álbuns foi de 7 milhões. Até o dia 20 de abril, vêm sendo produzidos diariamente 8 milhões de pacotes de figurinhas em Barueri, onde fica o parque gráfico da empresa que atende toda a região da América Latina.

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