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Prefeitos não querem perder empresas-mãe

Perdigão representa 65% da economia de Videira e Sadia é maior empregadora de Concórdia

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Por Redação
Atualização:

A Perdigão representa 65% de toda a economia de Videira, segundo o prefeito Vilmar Carelli (PMDB). "É a nossa mãe". A Sadia é a maior empregadora de Concórdia, com 6,6 mil funcionários em todo o município. Com a união das duas empresas e a criação da BRF, eles temem que haja um enxugamento nas duas cidades, com a transferência de instalações e dispensa de funcionários. "Acredito que não vamos ficar órfãos", diz o prefeito João Girardi (PT). Os dois prefeitos pretendem se mobilizar para evitar que as cidades percam suas principais marcas. "A Sadia tem história aqui. Vi a empresa crescer, fui integrado durante 30 anos. Não acredito que vá mudar tudo de uma hora para outra", afirma o prefeito de Concórdia. "A empresa passava por uma fase de turbulência, por isso acredito que a fusão foi boa." Girardi não vê problema em que a administração da nova empresa se instale em outra cidade. Lembra que o governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) luta para que a sede continue no Estado - em Itajaí, cidade portuária. "Mas as fábricas e a produção têm de continuar aqui." O secretário de Desenvolvimento Econômico de Concórdia, Glaucemir Grendene, diz que a Sadia se transformou em marca da cidade. "O logotipo está em toda parte, é um patrimônio de 50 anos." A fábrica ocupa grande área na região central e pode ser vista de toda a cidade. "Nossa geração vai embora e a marca continua", aposta. De acordo com o secretário, mesmo com a crise a Sadia continuou com vagas abertas. No ano passado, a cidade recebeu 95 empresas e criou 1.340 empregos. "Nenhuma delas chega perto da Sadia." Para o prefeito de Videira, as duas marcas são muito fortes e devem permanecer no mercado. Carelli lembra que a Perdigão já se expandiu para outros Estados, mas não reduziu a atividade em Videira. Ele conta que as fábricas da Perdigão no município são as mais rentáveis do grupo e os integrados estão entre os que oferecem os melhores resultados. "A nova empresa não pode descartar os integrados e também precisa da estrutura que está aqui." De acordo com o prefeito, a BRF assumiu o compromisso de não fazer demissões. Ele espera que a nova direção procure os prefeitos da região. "Se houver demissão, vamos nos mobilizar." O comerciante Dalir Alberto Ruaro, dono de uma churrascaria em Jaborá, acredita que o enxugamento será inevitável. "Por uma questão logística, eles vão enxugar o setor de transportes." Ruaro compra carnes das duas empresas e acredita que, agora, a negociação será mais difícil. "Antes, a gente cotava com as duas empresas e buscava o preço melhor. Agora não vai haver concorrência", diz. O gerente da Cantina Galpão em Chapecó, Antonio Ribeiro, não pensa em recorrer a outros fornecedores. "A qualidade das duas é indiscutível. Acredito que o padrão será mantido."

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