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Prefeitura garante combustível para ônibus até quarta-feira

Rodízio municipal de veículos segue suspenso até sexta-feira; ecopontos voltam a funcionar na quarta

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Por Priscila Mengue
Atualização:

SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), declarou que há apenas combustível suficiente para garantir a circulação de ônibus na cidade para a terça e a quarta-feira, 30. Segundo ele, o maior “ponto de atenção” neste momento é em relação ao absenteísmo de estudantes e professores da rede municipal. 

“Ainda no dia de hoje nós vamos avaliar junto com o secretário de Educação se há ou não a necessidade de decretar feriado nas escolas municipais no dia de amanhã, mas, por enquanto, permanecem as aulas na rede municipal de ensino”, declarou Covas.

O maior “ponto de atenção” neste momento é em relação ao absenteísmo de estudantes e professores da rede municipal Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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A Prefeitura abasteceu 37 postos da cidade, que têm prioridade para atender funcionários públicos da Educação e da Saúde mediante a apresentação de documentação. Na prática, a proposta cria uma fila preferencial em paralelo ao público em geral que procurar esses postos. “Com isso, a gente espera diminuir o absenteísmo dos professores”, disse Covas.

Na segunda-feira, de 40 a 50% dos estudantes faltaram às aulas na rede municipal. Nesta terça-feira, a estimativa é que tenha subido para de 50 a 60%. Dentre os professores, 22% faltaram ao trabalho na segunda-feira. 

Diante de uma possível paralisação dos petroleiros,a Procuradoria Geral do Município deve ingressar ainda nesta terça-feira, 29, com uma ação na Justiça para garantir o abastecimento de combustível para os serviços essenciais da Prefeitura, sob pena de multa.

Fechados desde a semana passada, os Ecopontos voltarão a funcionar nesta quarta-feira. A coleta seletiva segue suspensa desde domingo.

Ônibus. Às 13 horas, a São Paulo Transporte (SPTrans) divulgou que 64% da frota de ônibus prevista para o horário estava em funcionamento na cidade. Para terça e quarta-feira, as operações ocorrem com de 60 a 70% do total de viagens habituais no horário e 50% no entrepico. Segundo Covas, duas das mais de 1300 linhas de ônibus da cidade não estão em operação. “A gente teve também uma baixa considerável na demanda por esse serviço”, afirmou.

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Saúde. As cirurgias eletivas seguem suspensas em quatro dos 12 hospitais municipais: Carmino Caricchio (Tatuapé, na zona leste), Tide Setubal (São Miguel Paulista, na zona leste), José Soares Hungria (Pirituba, na zona norte)  e M’Boi Mirim (Jardim Ângela, na zona sul). Também está suspensa a realização de exames de rotina nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Desde sexta-feira, 25, o transporte de combustível obtido pela Prefeitura ocorre com apoio de escolta da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Somente na segunda-feira, 43 equipes da GCM fizeram 72 escoltas para 300 caminhões que abastecem postos de combustíveis. Além disso, uma portaria convocou todos os guardas de folga a voltarem ao trabalho. A partir de terça-feira, as equipes de escolta devem aumentar para 83.

O número de postos de uso exclusivo do Município subiu de 14 para 16, lista que não integra a dos 37 prioritários para o funcionalismo público. O abastecimento nesses locais também é destinado a carros da Eletropaulo, da Comgás e da empresa que fornece medicamentos ao Município.

Caminhões. Covas disse ainda que recebeu na manhã de terça-feira uma ligação do governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que comunicou a reivindicação de manifestantes de que o combustível seja classificado como carga perigosa. O pedido foi atendido e deve ser oficializado em uma portaria. Com isso, caminhões com combustível poderão circular na cidade com menos restrições de área e horário, que ainda não foram divulgadas. “A liberação é sem prazo”, disse Covas.

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Além disso, o prefeito voltou a pedir o fim da paralisação dos caminhoneiros. “Queria aqui reforçar o apelo que eu fiz ontem para que a gente volte à situação de normalidade”, declarou. “Toda a população já entendeu a importância e foi solidária ao movimento dos caminhoneiros”, completou.

Rodízio. O rodízio municipal de veículos segue suspenso durante toda a semana. Além disso, um decreto publicado em edição extraordinária do Diário Oficial Cidade de São Paulo desta segunda-feira libera o tráfego irrestrito de caminhões em todas as zonas da cidade e horários até domingo, 3. 

Merenda. Segundo Covas, todos os 3.500 pontos de merenda receberão alimentos não perecíveis nesta terça-feira, dos quais “grande parte” recebeu também frutas, verduras, ovos e legumes, além do gás de cozinha.

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Assistência social. A Prefeitura afirma ter estoque de alimentos suficiente para mais uma semana de trabalhos nos centros de atendimento e acolhida da população em vulnerabilidade. Segundo Covas, 350 mil refeições são servidas diariamente nesses locais.

Feiras. Na segunda-feira, 28, a Prefeitura chegou a anunciar que as feiras da cidade seriam concentradas em um ponto por Prefeitura Regional, o que foi acordado com o sindicato dos feirantes. “A gente verificou é que teve uma baixa adesão por parte dos feirantes”, disse. Por isso, a partir de quarta-feira, as feiras ocorrerão nos locais e horários tradicionais, mesmo que com poucas barracas.

Além disso, serviços essenciais que não são prestados pela Prefeitura também são monitorados pelo Comitê de Crise, tais como hospitais privados e supermercados, dentre outros. 

A Secretaria Municipal da Fazenda estima que, desde o início da greve, São Paulo deixou de arrecadar em tributos cerca de R$ 150 milhões, apenas com ISS (imposto sobre serviços).

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