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Prefixados são vendidos a 19,35% ao ano

Leilão de títulos prefixados revela que a pressão nos juros diminuiu. Tesouro pagou taxas de 19,35% ao ano. No último leilão o papel era vendido com juros de 19,90% ao ano. Mas a instabilidade não passou. O risco agora é o aumento do petróleo.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Tesouro Nacional, por intermédio do Banco Central, vendeu hoje um milhão de títulos prefixados de seis meses. A cotação média ficou em 19,35% ao ano. O Tesouro interrompeu por cinco semanas o leilão de papéis prefixados, pois os investidores vinham pedindo taxas muito altas. No último leilão, o Tesouro pagou juros de 19,90% ao ano. A pressão nas taxas de juros estava alta em função das incertezas no mercado externo. Para conter o aquecimento da economia e diminuir a pressão inflacionária, o banco central dos Estados Unidos (FED) vinha elevando as taxas de juros norte-americanas. Em um ano, foram seis aumentos, totalizando 1,75 ponto porcentual. Hoje a taxa está em 6,5% ao ano. Diante desse cenário, os investidores optam por aplicar em títulos dos Estados Unidos - são ativos sem nenhum risco -, e pedem juros mais altos para aplicar em papéis de economias emergentes, como a brasileira. Os juros elevados funcionam como um prêmio pago em troca desse risco. Pressão no custo do petróleo sinaliza que a instabilidade não passou A queda na pressão sobre os juros não significa que a instabilidade passou. Porém, os últimos números da economia americana vêm demonstrando que o FED acertou a mão no aumento dos juros nos Estados Unidos. A desaceleração já dá seus sinais. Mas ainda é cedo para afirmar que a instabilidade passou. O que preocupa agora é a pressão no custo do petróleo. Caso o preço do óleo aumente no mercado internacional, pode haver novamente uma pressão inflacionária nos Estados Unidos. O FED pode optar por um novo aumento das taxas de juros, com o objetivo de reduzir o consumo e conter a inflação. O Brasil sofre efeitos diretos. O aumento da inflação no País voltaria a ser uma ameaça. Além disso, para concorrer com os juros norte-americanos, o Comitê de Política Monetária (Copom) poderia rever novamente sua política de queda gradativa de juros no Brasil. Hoje as taxas estão em 18,5% ao ano. A próxima reunião do Copom está marcada para o dia 20 de junho.

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