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Prêmio que faz a diferença para o negócio

Começa hoje a corrida pelos Leões do Festival de Publicidade de Cannes, na França, com recorde de inscrições de agência brasileiras

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Por Fernando Scheller
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A corrida pelos Leões de Ouro da 59.ª edição do Cannes Lions Festival Internacional de Criatividade começa hoje. Com recorde de inscrições, as agências brasileiras vão à França buscar os principais prêmios da publicidade mundial. Um Leão ou o título de agência do ano pode mudar uma empresa de patamar e ajudar muito na briga pelos maiores clientes do País. O ‘Estado’ é o representante oficial do festival no Brasil.

A AlmapBBDO, uma das agências locais mais premiadas em Cannes - já ganhou três títulos de agência do ano, incluindo os de 2010 e 2011 -, se dá ao luxo de não participar de concorrências no setor, uma prática comum no ramo da publicidade. O levantamento do Ibope Monitor coloca a agência em terceiro lugar entre as maiores do Brasil, quase empatada com a Ogilvy & Mather, que ficou na segunda posição.

"A Almap não participa de concorrências porque é uma maneira artificial de trabalhar. A gente gosta de trabalhar para o cliente, fazer pesquisa e tomar decisões em conjunto. O foco tem de ser o consumidor, e não o diretor de marketing", diz Marcello Serpa, sócio e diretor de criação da AlmapBBDO.

Embora acredite que os títulos em Cannes são uma forma de consolidar a imagem da Almap na cabeça dos clientes, Serpa afirma que um negócio dificilmente chegará à agência só por causa de um prêmio. "Acho difícil colocar um ‘x’ em cima de algo que conseguimos por causa de Cannes. Mas é algo importante para a nossa marca", afirma.

Talentos

Outros ganhos relacionados à Cannes, de acordo com Sérgio Valente, presidente da DM9DDB, podem vir na forma de recursos humanos. "Se você consegue projeção, as pessoas vão querer trabalhar contigo. Quem não ganha prêmios acaba tendo de pagar mais caro pelos profissionais", diz Valente. A DM9DDB foi eleita agência do ano em quatro ocasiões, a última delas em 2009. No ranking Ibope Monitor de 2011, ficou em 12.º lugar entre as maiores empresas do setor.

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Reconhecimento

Segundo Valente, como a DM9 faz parte de dois grupos - 40% de seu capital é do ABC, capitaneado por Nizan Guanaes, os 60% restantes da multinacional Omnicom -, os prêmios que a agência angaria também ajudam a tornar mais conhecidas as holdings às quais está ligada. "O reconhecimento ajuda a agência a ser lembrada e o trabalho também fica mais respeitado. É mais fácil aprovar ideias inovadoras."

Número 18 entre os grupos de comunicação do mundo, o brasileiro ABC vai fazer barulho em Cannes este ano. Alugou um hotel, que batizou "ABC", para receber 70 funcionários e convidados, além de ser o responsável pela vinda de Bill Clinton, ex-presidente americano, para o evento. A ideia da ação em Cannes é vender a imagem de um grupo com capacidade global para empresas que estão interessadas em vender produtos no Brasil.

Criada quase simultaneamente ao surgimento do ABC, a agência Africa se tornou o maior negócio do grupo no ano passado, ficando na 11.ª posição do levantamento do Ibope Monitor. A empresa, criada com a "filosofia" de não se inscrever em prêmios, vai abandonar a estratégia a partir do ano que vem. A Africa passará a inscrever trabalhos em Cannes a partir de 2013. Segundo Nizan Guanaes, o motivo é simples: o festival evoluiu e o cliente agora está realmente de olho nas agências que se destacam no evento.

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Recorde

A importância do evento também fica transparente no número de inscrições no festival, que subiram 29% em relação ao ano passado e bateram o recorde nacional, que havia sido estabelecido em 2001. Ao todo, 3.419 trabalhos foram submetidos à avaliação do júri das 15 categorias da premiação. F/Nazca Saatchi & Saatchi, Young & Rubicam e DM9DDB lideram o ranking de inscrições, com mais de 200 trabalhos enviados cada.

O País será a segunda nação em participação, perdendo somente para os Estados Unidos (5.058 inscrições), mas à frente de Alemanha (2.375) e Reino Unido (2.343). No total, concorrerão em Cannes 34.301 trabalhos de 87 países em 15 categorias diferentes. O valor da inscrição no festival varia de 300 a 1,2 mil. Considerada uma média de 500 por inscrição, uma agência pode facilmente investir 100 mil, se inscrever 200 trabalhos na busca por um Leão.FC

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