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Preocupação com inflação faz dólar disparar

A tendência de elevação da inflação observada nos últimos meses vem se acentuando e analistas já falam na possibilidade de nova alta dos juros. Os mercados ficaram mais pessimistas, com alta do dólar e queda na Bovespa.

Por Agencia Estado
Atualização:

A última rodada de índices de inflação assustou os investidores. Não só eles vêm superando as expectativas há meses, como os aumentos podem estar começando a se generalizar para a economia em geral. Até agora, os aumentos estavam concentrados nos produtos importados e outros afetados diretamente pela variação do câmbio. Com isso, a reação do mercado foi pessimista, com forte alta do dólar e queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Vencimentos de quinta-feira também pressionaram as cotações. A pressão sobre os preços suscitou suspeitas de que o governo eleve novamente a Selic, a taxa básica de juros da economia, atualmente em 21% ao ano. Os juros já estão elevados e a atividade econômica é fraca. Mas se os aumentos se generalizarem e o dólar não baixar muito, a inflação pode ficar muito acima do desejável. Como o sistema que vigora é o de metas de inflação, e há parâmetros a serem cumpridos pelo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), podem não sobrar muitas opções. Por outro lado, uma elevação maior da Selic pode afetar muito seriamente o crescimento econômico, e, de qualquer forma, o dólar vem baixando nas últimas semanas, com a maioria dos analistas prevendo novas quedas. Então, a autoridade monetária pode decidir esperar para tomar uma decisão impopular mais à frente, quando, inclusive, as expectativas do mercado em relação ao novo governo sejam melhores. Com novas incertezas, o Banco Central (BC) teve dificuldades em rolar mais um lote do vencimento cambial de quinta-feira, que soma cerca de US$ 1,9 bilhões. Até agora, já foram prorrogados 58,51% dos papéis, e a taxa média do câmbio de amanhã define a correção dos contratos. Deve haver novo leilão, mas quanto maior for o montante não rolado, maior tende a ser a força dos especuladores para elevar as cotações e conseguir maiores ganhos com os papéis. E ainda há o cenário internacional. A economia dos Estados Unidos continua em desaceleração, e a perspectiva de guerra com o Iraque é cada vez mais real. Saddam Hussein, o mandatário iraquiano ainda não se pronunciou sobre a mais recente resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), mas uma recusa em cumprir os termos do documento pode desencadear uma guerra nos próximos meses. E se as medidas não forem postas em prática, uma intervenção norte-americana é provável. Mercados O dólar comercial foi vendido a R$ 3,6100 nos últimos negócios do dia, em alta de 2,70% em relação às últimas operações de ontem, oscilando entre R$ 3,5180 e R$ 3,6150. Com o resultado de hoje, o dólar acumula uma alta de 55,87% no ano e queda de 5,50% nos últimos 30 dias. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 23,070% ao ano, frente a 23,180% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 28,350% ao ano, frente a 27,550% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,68% em 9719 pontos e volume de negócios de R$ 489 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 28,42% em 2002 e alta de 9,77% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, oito apresentaram alta. O principal destaque foram os papéis da Net PN (preferenciais, sem direito a voto), com valorização de 25,00%. ON (ordinárias, com direito a voto). Mercados internacionais Às 18h, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - operava em alta de 0,70% (a 8417,4 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - subia 2,75% (a 1356,01 pontos). O euro era negociado a US$ 1,0118; uma alta de 0,15%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em alta de 4,20% (455,89 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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