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Preocupação com o Cade adia contrato da Brasil Foods

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Por Redação
Atualização:

Estava tudo pronto para a assinatura do contrato entre Sadia e Perdigão ontem de manhã, mas uma dúvida jurídica adiou o acordo final. Até o início da noite de ontem, o contrato ainda não havia sido assinado. A dúvida foi levantada durante as reuniões para fechar o acordo, realizadas no fim de semana pelos advogados do escritório Barbosa, Mussnich & Aragão, que representa a Sadia, e do Bocater, Camargo, Costa e Silva, pelo lado da Perdigão. Preocupados com o risco de o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) criar empecilhos para a união entre as duas empresas, os representantes da Sadia e da Perdigão decidiram rediscutir os termos de todos os contratos. Como as duas marcas são fortes no mercado interno brasileiro, haverá uma grande concentração em algumas linhas de produtos, como de pratos prontos, congelados e pizzas. Mas a preocupação dos advogados de Sadia e Perdigão também leva em conta o perfil do presidente do Cade, Arthur Badin. Na época de sua nomeação, no final do ano passado, ele enfrentou resistências por parte de grandes empresas. A união entre a Sadia e a Perdigão será também o primeiro caso importante de Badin na presidência do órgão de defesa da concorrência. Para tentar reduzir o risco de problemas no Cade, os advogados passaram o dia de ontem analisando a melhor forma de apresentar a união entre as duas empresas: se seria uma fusão, uma joint venture ou uma parceria. A princípio, a solução técnica encontrada foi tratar o negócio como uma fusão, mas estudava-se a possibilidade de algumas operações específicas serem consideradas joint ventures. Em termos práticos, a Perdigão ficará com 68% do capital total e a Sadia, com 32%. As ações da Brasil Foods, nome da empresa resultante da fusão, serão negociadas no Novo Mercado. Entre os atuais acionistas, quem terá maior participação será a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, e as famílias Furlan e Fontana, donas da Sadia. O fundo de pensão de funcionários da Petrobrás, o Petros, também deverá ter uma participação expressiva. Como está previsto uma oferta de ações de aproximadamente R$ 4 bilhões para capitalizar a nova empresa, a Previ pode vir a aumentar sua participação. Também é esperada a entrada de novos sócios, como fundos de private equity estrangeiros, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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