O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chega hoje a Brasília, vindo do Chile, onde participa da reunião do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec). O desembarque está previsto para às 21h30, na Base Aérea. Esta é a primeira visita de um presidente russo ao Brasil e está prevista a assinatura de vários memorandos de entendimento, mas não haverá, segundo o Itamaraty, anúncios sobre a ampliação do limite permitido para a entrada de carne brasileira no mercado russo, nem sobre a suspensão do embargo à carne, em vigor desde setembro. O encontro do presidente Putin com Lula será na segunda-feira às 11h20, no Palácio do Planalto. Após o encontro haverá almoço no Itamaraty e o presidente russo embarca, às 15 horas para o Rio de Janeiro, onde cumpre agenda privada. "A agenda dos presidentes é aberta e é claro que o tema da carne, que é prioritário para o Brasil, estará entre os assuntos tratados", disse a diretora do Departamento de Europa do Itamaraty, embaixadora Maria da Graça Carrion. Ela afirmou, no entanto, que este é um tema que vem sendo negociado no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ela informou que o Brasil não vai condicionar o pleito russo do apoio brasileiro à entrada do País na OMC à ampliação da cota da carne. "O Brasil apóia inteiramente o ingresso russo na OMC. A Rússia é um parceiro da maior relevância e o ingresso na OMC vai ser muito bom, não só para o Brasil, mas para o comércio mundial", disse. A questão do embargo da carne, segundo a embaixadora, está sendo analisada pelos técnicos do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária da Rússia, que estão em Brasília desde o início da semana, e a suspensão vai depender dos resultados da inspeção. A carne representa 45% da pauta das exportações brasileiras para a Rússia e vem seguida do açúcar, com 40%. As exportações brasileiras até agosto chegaram a US$ 1 bilhão, e as importações, a US$ 482,7 milhões, com saldo positivo para o Brasil de US$ US$ 541,7 milhões. Em 2003, o comércio entre os dois países atingiu US$ 2 bilhões e o esforço do governo brasileiro é pela ampliação desse volume para a casa dos US$ 6 bilhões até 2006, com a diversificação de mercadorias e concentração de produtos de alto valor agregado. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, realiza, desde o ano passado, missões comerciais a Moscou, com a intenção de abrir o mercado para áreas têxtil, de moda e calçados. Em agosto, o Moda Brasil-Rússia levou, pela primeira vez ao país, alguns dos maiores estilistas brasileiros, que voltaram no mês seguinte para participar do Russian Fashion Week. As informações são da Radiobrás.