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Presidente do BB diz que crise causada por anúncio de reestruturação foi 'problema de comunicação'

Bolsonaro considerou demitir André Brandão por causa de plano que prevê fechamento de 112 agências e demissão de 5 mil funcionários; programa, contudo, foi mantido e começa a ser implementado nesta sexta

Foto do author Aline Bronzati
Por André Ítalo Rocha e Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, afirmou nesta sexta-feira, 12, que a crise política causada pelo plano de fechar agências foi resultado de um "problema de comunicação" e reconheceu que é "razoável" haver preocupações por parte do presidente Jair Bolsonaro, de governadores e prefeitos. Segundo ele, o banco aprendeu que deve haver uma melhora de comunicação, "com ele diretamente".

"O principal ponto que posso ressaltar é que foi um problema de comunicação. Infelizmente, a forma como anunciamos o plano naquele dia, num fato relevante, que mencionava várias coisas, inclusive o fechamento de agências, é muito razoável não só o presidente, mas prefeitos e governadores, deputados e senadores, ficarem preocupados sobre como vamos fazer isso", destacou o executivo, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do balanço, em sua primeira fala pública desde a crise com o Palácio do Planalto.

André Brandão, atual presidente do Banco do Brasil. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Brandão disse que ainda não conversou com o presidente Jair Bolsonaro desde o episódio, mas acredita que ele tenha entendido os objetivos do plano. "Eu pretendo, depois, com mais calma, explicar toda a agenda de eficiência, assim que a agenda dele permitir", disse.

O executivo ressaltou que de forma alguma o banco vai deixar algum município ou Estado desassistido e disse que o banco segue com o que havia planejado.

Segundo Brandão, se antes houve falha na comunicação, agora a comunicação "está acontecendo". "Anunciamos um pouco antes porque tem um processo de trabalho, preparação, para que clientes regionais sentem com prefeitos, governadores. Tudo isso está acontecendo e hoje (sexta-feira) começa a primeira etapa em algumas localidades", afirmou.

No dia 11 de janeiro, o BB anunciou em fato relevante um plano de reestruturação do banco, que, entre outros pontos, envolve o fechamento de 112 agências e o corte de 5 mil funcionários por meio de programas de demissão voluntária. À época, Bolsonaro não gostou do plano, após sofrer pressões de parlamentares, e considerou demitir Brandão. Contudo, o executivo e o plano foram mantidos.

Plano de reestruturação começa nesta sexta

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Nesta sexta, Brandão afirmou que a reorganização institucional não envolve somente o fechamento de agências, mas toda a infraestrutura física e reforçou que nenhum município brasileiro ficará desassistido. "Estamos em 4.883 municípios. Após o plano, estaremos presentes em 4.883 municípios", disse.

De acordo com o executivo, apesar do plano enxugar a rede de um lado, do outro, vai compensá-la com a abertura de outras estruturas. "De forma alguma, queremos desassistir nenhum cliente. Ao contrário, queremos mais clientes. Estamos crescendo", afirmou. "Temos 18,3 mil pontos. Após o plano, serão 18,4 mil. Serão 100 pontos adicionados."

O plano doo BB prevê o fechamento de 360 pontos de atendimento, dos quais 112 são agências físicas.

"Qualquer município afetado e se por acaso tiver só uma agência só do BB, terá um correspondente bancário ou agência +BB antes de qualquer movimentação. Tudo será feito com diálogo com clientes, municípios e prefeitos locais", explicou.

A redução de estrutura, conforme Brandão, será contrabalanceada com a abertura de 430 correspondentes bancários. Além disso, o banco está abrindo 28 agências "leves e especializadas".

"Essas unidades têm capacidade de atuação mais forte que agência e a parte transacional se reduziu substancialmente. Com isso, conseguimos uma capacitação e atendimento mais forte", disse Brandão. 

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