O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defendeu nesta terça-feira, 29, a compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi, que envolve também uma reestruturação societária na Telemar Participações, controladora da Oi. "A operação tem méritos. Havia um nó societário e entendo que a operação propicia um descruzamento societário superimportante", afirmou, ressalvando que estava "falando em tese, porque a operação ainda não foi aprovada", já que é necessária a mudança da legislação do setor para ser confirmada. Veja também: BNDES desembolsa R$ 70 bi em 12 meses, alta de 24% Megafusão de teles De acordo com Coutinho, "a qualidade de estratégia e o alinhamento de acionistas permitirão grande ganho qualitativo" na criação da nova tele, formada a partir das duas companhias. Para Coutinho, o descruzamento acionário anunciado entre Oi e BrT é maior que o ocorrido no início da década entre a Vale e a CSN, que também contou com o apoio do BNDES. Desta vez, o BNDES está reduzindo sua participação acionária na Telemar de 25% para 16% e financiando a reestruturação societária da empresa com R$ 2,569 bilhões. "Me parece que os méritos compensam os custos em larga medida", afirmou. O executivo considera que, com as mudanças na Telemar, o BNDES não só reduziu, mas também melhorou a liquidez da sua participação na companhia. Ele explicou que os recursos para o financiamento à operação se originam do giro da carteira da empresa de participações do banco, a BNDESPar. "A carteira está sempre em giro e o giro da carteira é suficiente. O banco está sempre vendendo e comprando", afirmou. Segundo Coutinho, o giro da carteira da BNDESPar deve ser ainda maior neste ano do que foi no ano passado. Ele não revelou, porém, que ações pretende comprar ou vender.