O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, afirmou nesta quinta-feira que é "factível" os desembolsos da instituição de fomento ficarem entre R$ 75 bilhões e R$ 80 bilhões neste ano.
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Para o executivo, o valor é condizente com a esperada recuperação da economia ao longo de 2018, mas a estimativa é mais comedida do que os números que vinham sendo falados na gestão de Paulo Rabello de Castro, que deixou a presidência do BNDES no início do mês para concorrer ao Planalto pelo PSC nas eleições de outubro.+ Devolução ao Tesouro e 'caso JBS' serão desafios do novo presidente do BNDES
No fim de janeiro, Rabello disse a jornalistas em São Paulo que o BNDES tinha como meta para 2018 superar os R$ 90 bilhões de desembolsos.
Também no início do ano, durante as discussões sobre as regras para pagar a participação nos lucros e resultados (PLR) aos funcionários em 2018, a diretoria do BNDES chegou a propor a meta de desembolsos totais de R$ 94 bilhões como critério para pagar a PLR, mas a ideia acabou vetada no conselho de administração.
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Em 2017, o BNDES liberou R$ 70,751 bilhões, queda nominal (sem descontar a inflação) de 20% em relação a 2016. O valor desembolsado no ano passado foi o menor desde 1999, quando o volume foi de R$ 67,859 bilhões, em valores atualizados. No primeiro trimestre deste ano, o valor desembolsado foi de R$ 11,153 bilhões, 28% a menos do que em igual período de 2017.
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Questionado se liberar até R$ 80 bilhões neste ano não seria pouco, dada a recuperação da economia, Oliveira lembrou que os investimentos tendem a cair mais durante as recessões. Por isso, os desembolsos tenderão a crescer ao longo do ano. "Não é pouco, porque não é que o BNDES não tenha dinheiro. Não temos demanda (por crédito para investimentos)", disse Oliveira.