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Presidente do Casaquistão quer parceria com a estatal

Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

A investida do governo Luiz Inácio Lula da Silva no mercado asiático tem nesta semana duas respostas positivas. Anteontem, em Nova York, Brasil e Cingapura assinaram memorando de entendimento sobre comércio e investimentos recíprocos - um primeiro passo para a cooperação entre o Mercosul e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Amanhã, em Brasília, o presidente Lula receberá o presidente do Casaquistão, Nursultan Nazarbayev, interessado em investimentos da Petrobrás na exploração de petróleo em águas profundas no Mar Cáspio e na tecnologia agrícola brasileira. Esta será a primeira visita de Nazarbayev à América Latina, onde a primeira embaixada do país - justamente a brasileira - foi criada recentemente e funciona em conjugação com a dos Estados Unidos, em Washington. Segundo o embaixador brasileiro no Casaquistão, Frederico Duque Estrada Meyer, o Brasil instalou sua representação em Astana no início do ano passado, de olho em uma das últimas ''''áreas virgens'''' da política internacional - a Ásia Central - e nas próprias vantagens comparativas oferecidas pela parceria com o Casaquistão. Nazarbayev desembarcará no fim da tarde de hoje em Brasília, com uma comitiva de dez ministros. Sua agenda inclui uma visita à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na sexta-feira, e um encontro reservado com o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, sábado, no Rio. Maior país da Ásia Central, o Casaquistão tem 15 milhões de habitantes, renda per capita de US$ 9,4 mil e taxa de crescimento econômico de 10% ao ano na última década - fatores motivadores para as exportações brasileiras, de apenas US$ 40 milhões em 2006. Mas o mérito maior desse país está no seu potencial energético. É o quinto produtor de petróleo do mundo - pode chegar a terceiro em 2015 -, dono de 1,8 trilhão de metros cúbicos de gás e de 20% das reservas mundiais de urânio. A Companhia Vale do Rio Doce é uma das pioneiras no país, onde adquiriu uma mina de cobre e não oculta interesse nas reservas de urânio. Politicamente, o Casaquistão consolidou-se como uma ilha de estabilidade na Ásia, mantém boa convivência entre diferentes religiões e etnias e defende propostas similares às do Brasil nos organismos internacionais, sobretudo as que tratam de meio ambiente e não-proliferação nuclear. Quarto maior arsenal atômico na época da antiga União Soviética, o país optou por destruí-lo ao tornar-se independente, em 1991, e estimulou a criação de uma Ásia Central desnuclearizada.

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