O executivo disse que o Santander Brasil vai olhar todas as oportunidades de aquisições no País ainda que seu foco seja crescimento orgânico. "Temos capital para crescer com clientes. Nosso foco é orgânico. Temos agenda recorrente e orgânica no Brasil e responsabilidade de olhar todas as oportunidades", disse Zabalza.
Com cerca de R$ 168 bilhões em ativos, o HSBC é o sétimo maior banco do País, de acordo com dados do Banco Central. Mundialmente, o banco está envolvido em uma série de escândalos e tem apresentado fracos resultados financeiros. Só no ano passado, registrou prejuízo de R$ 500 milhões no Brasil.
Segundo fontes de mercado, a filial brasileira, avaliada em cerca de US$ 4 bilhões, estabeleceu como junho o prazo final para envio das propostas e assinatura de um acordo de confidencialidade, que culminaria com a conclusão do negócio em agosto. Além do banco espanhol, que agora assumiu seu interesse, outras instituições teriam sondado o HSBC, entre eles os brasileiros Bradesco, Itaú Unibanco e BTG Pactual. Grupos chineses, o espanhol Inbursa e também o canadense Scotia Bank teriam avaliado a operação.
"Para um banco como o Santander, (o valor de US$ 4 bilhões pelo HSBC) não é nada exagerado. É um valor acessível", afirmou Zabalza. Segundo o executivo, o Santander Brasil vai aguardar a abertura dos dados da unidade brasileira do HSBC para decidir se fará uma oferta pela instituição. "Vamos estudar a proposta pelo HSBC. Estamos vendo todas as oportunidades", disse o espanhol. "Vamos considerar todas as oportunidades de crescimento, todas."
A aquisição da filial do banco britânico daria impulso ao crescimento do Santander no País - subsidiária que retornou ao posto de líder na geração de resultados do grupo espanhol. Quando avaliada a rede física do HSBC Brasil, a sobreposição de unidades é menor com o Santander, cuja estrutura está centralizada em São Paulo. São cerca de 830 agências contra mais de 2.250 do espanhol. O Bradesco tem mais de 4,6 mil.
As especulações sobre a venda do HSBC no Brasil cresceram após a divulgação de resultados de 2014, quando o banco anunciou a intenção de se desfazer de ativos na América Latina. Maior banco estrangeiro no País, o Santander Brasil até o ano passado era alvo de especulações de que poderia ser comprado pelo Bradesco.
PME.
Ontem, como resposta ao cenário de desaceleração econômica e preocupação com o aumento dos calotes, o Santander Brasil reforçou sua aposta na pequena e média empresa com o lançamento de uma plataforma para este público, com linhas de crédito no valor de R$ 15 bilhões. Na mira, estão grupos com faturamento anual de até R$ 80 milhões, de diversos setores, que respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e que serão cortejados por um batalhão de cinco mil gerentes e especialistas com o desafio de fazer a carteira deste segmento voltar a crescer.
O programa, já adotado na Espanha, no Reino Unido e no México, combina produtos financeiros, como crédito, com serviços de capacitação de empresários e funcionários, internacionalização dos negócios e contratação de profissionais. No total, o Santander conta com 4 milhões de clientes PMEs, distribuídos por mais de 20 países. Só no Brasil são 700 mil.
No primeiro trimestre, no entanto, a carteira de pequenas e médias empresas do Santander teve queda de 0,7%, enquanto nos demais grandes bancos os empréstimos cresceram ainda que a porcentuais modestos.