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Pressão inflacionária não é generalizada, diz economista

Para Cornélia Nogueira Porto, do Dieese, estragos na inflação do País são feitos por poucos produtos

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

A pressão inflacionária na economia brasileira não decorre de um processo generalizado de aumento de preços. A afirmação é da coordenadora do Índice do Custo de Vida (ICV) do Dieese, Cornélia Nogueira Porto, que explicou que são poucos os produtos que fazem grandes estragos na inflação. Para chegar a esta conclusão, a economista analisou o comportamento de alguns subgrupos do item Alimentação, que teve a maior alta nominal dentro do ICV de maio.   Veja também: Entenda a crise dos alimentos    Entenda os principais índices de inflação    No subgrupo da indústria alimentícia, que subiu 1,60% no mês passado para um ICV pleno de 0,87%, os itens com maiores altas foram aqueles que têm em sua composição o trigo, tais como massas, biscoitos e farinhas (2,89%) e panificados (4,54%). De acordo com Cornélia, ocorreram elevações marcantes nos seguintes produtos: farinha de trigo (10,72%), pão francês (5,70%), massas secas (5,08%) e pães industrializados (4,27%). Os demais itens que compõem este subgrupo pouco variaram. O óleo de cozinha, por exemplo, subiu 0,44%, muito menos do que os aumentos verificados em meses anteriores.   A alimentação fora do domicílio (com alta de 1,23%), foi o subgrupo de Alimentação com a menor taxa. A refeição principal subiu 1,63% e os lanches, 0,69%. "Desta análise, o que se depreende é que poucos são os produtos que fazem grandes estragos na inflação. O subgrupo dos produtos in natura e semi-elaborados representa 11,70% dos gastos das famílias paulistanas, porém, os produtos com maiores elevações - frango, carne bovina, leite in natura e arroz - respondem por 57% destes gastos, como uma contribuição no cálculo do ICV deste mês de 0,36 ponto porcentual", avalia Cornélia.   As despesas das famílias com alimentos industrializados representam 10,21%, sendo que os derivados de trigo pesam 2,00% e contribuem com 0,10 ponto porcentual. "Portanto, 8,62% das despesas das famílias são realizadas nestes oito alimentos que responderam por 0,46 ponto porcentual da taxa geral", informa a coordenadora.   De acordo com Cornélia, embora a inflação seja predominantemente de alimentos, ela se concentra apenas em alguns bens e não revela disseminação em todos os itens deste grupo. "Cabe salientar que outros produtos que vinham registrando comportamento inflacionário já reverteram suas taxas ou diminuíram seu ritmo de reajuste, como observado no feijão (-10,29%) e no óleo de cozinha (0,44%)."

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