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Pressionada por alimentos, inflação pode subir no curto prazo, diz BC

Influência se deve ao choque de oferta verificado em diversas regiões produtoras de commodities agrícolas

Por Fabio Graner , Fernando Nakagawa e da Agência Estado
Atualização:

O Banco Central enxerga risco de alta na inflação no curto prazo por conta de um processo de reversão da queda nos preços dos alimentos. A autoridade monetária reiterou que em situações de choque, a política de juros deve atuar no sentido de evitar os chamados efeitos secundários desse tipo de situação, como uma elevação nas expectativas de inflação e um movimento de repasse de alta nos custos.

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O Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central traz um estudo especial sobre a inflação de alimentos, na página 29 do documento divulgado nesta quinta-feira, 30. Nele, o BC admite que "a trajetória dos preços dos alimentos nos últimos meses de 2010 poderá voltar a pressionar a inflação medida pela variação do IPCA". Segundo o Relatório, essa perspectiva "reflete, em especial, o choque de oferta decorrente das adversidades climáticas observadas na Rússia, no Paquistão e em diversas regiões produtoras de commodities agrícolas" e o impacto desses aumentos nos preços da cadeia produtiva de alimentos.

O Relatório de Inflação traz também um estudo especial sobre a taxa de juro de equilíbrio, tema introduzido pela instituição na última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No documento, o BC defende que o patamar do chamado "juro neutro" diminuiu em relação aos anos anteriores. "Embora seja plausível afirmar que a taxa de juros real de equilíbrio brasileira ainda se encontra em níveis superiores às observadas na maioria dos países, as evidências aqui apresentadas suportam a visão de que a mesma recuou nos últimos anos", afirma o documento.

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