Pressionada pelos preços do grupo de Habitação, destacadamente os de energia elétrica, a inflação oficial brasileira acelerou a 0,25 por cento em agosto, ante variação positiva de 0,01 por cento em julho, e voltou a estourar o teto da meta do governo em 12 meses.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou em 12 meses em agosto alta de 6,51 por cento, contra 6,50 por cento no mês anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
A inflação no Brasil vem rondando há meses o teto da meta do governo --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos--, tornando-se um tema crítico conforme se aproxima a eleição presidencial, em outubro.
A 6,51 por cento, entretanto, ainda não seria necessário que o Banco Central desse explicações por um estouro da meta, já que adota a metodologia da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para eventualmente arredondar a segunda casa do IPCA após a vírgula.
As leituras de agosto do IPCA confirmaram as expectativas em pesquisa da Reuters.
Em agosto, de acordo com o IBGE, o principal impacto positivo veio do grupo Habitação, com 0,14 ponto percentual após alta de 0,94 por cento, mesmo desacelerando ante avanço de 1,20 por cento em julho.
Energia elétrica foi o destaque, com alta de 1,76 por cento devido a reajustes de preços em várias regiões, tendo o principal impacto individual no mês, de 0,05 ponto percentual.
Empregado doméstico registrou o mesmo impacto após alta de 1,26 por cento, mas apesar disso o grupo Despesas Pessoais desacelerou a alta a 0,09 por cento, sobre 0,12 por cento em julho.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Felipe Pontes; Texto de Camila Moreira)