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Prestadores de serviço à Usiminas encerram greve

Por Rejane Lima e SANTOS
Atualização:

Terminou ontem a greve dos nove mil trabalhadores das empreiteiras que prestam serviço a Usiminas Cubatão, a antiga Cosipa. Depois de 24 dias parados, os operários vinculados às 16 empreiteiras retornaram ao serviço tendo grande parte das reivindicações atendidas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, que ontem julgou a greve não-abusiva e definiu 8% de reajuste salarial, além do pagamento dos dias parados. Inicialmente, os trabalhadores reivindicavam 9% de reajuste, mas o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), Geraldino Cruz Nascimento, explica que isso foi considerando a inflação de 5,5% de maio. "Mas a inflação caiu e agora, com esses 8%, conseguimos aumento real de 3,41%". Para Nascimento, o resultado da greve "foi vitorioso" pois conquistou também a garantia de estabilidade no emprego nos próximos 90 dias, estendido aos que retornam do auxílio-doença e que, segundo ele, até então eram imediatamente demitidos. "Eu ficaria mais contente se 100% dos pedidos tivessem sido atendidos, mas o juiz mandou que nós negociássemos a participação nos lucros ou resultados (PLR) com as empresas. "Outra reivindicação apenas parcialmente atendida pelo TRT foi o pagamento de R$ 11 de vale alimentação concedido aos cerca de 6 mil operários de outras regiões e Estados, que ficam em alojamentos, mas que exclui os 3.400 operários residentes na Baixada. Segundo o Sintracomos, a greve contou com a adesão de 85% da categoria. Nascimento afirmou ainda que o movimento também serviu para levar ao conhecimento do TRE outras irregularidades que ocorrem na Baixada Santista, como o fato de centenas desses operários ficarem hospedados em alojamentos irregulares, com infraestrutura inadequada e problemas de higiene. "Quanto a isso, estamos fazendo uma fiscalização dura e em 30 dias teremos um diagnóstico mais preciso", disse o sindicalista, que elogiou as forças-tarefas realizadas pelas prefeituras da Baixada Santista para coibir o problema. Em nota, a Usiminas informou que a operação da usina transcorreu normalmente durante os dias de paralisação desses operários. A greve " alterou somente o andamento de atividades ocorridas em canteiros de obras", diz o comunicado. IrregularidadesDe acordo com o sindicato, a greve serviu também para chamar a atenção das autoridades e da população para as péssimas condições em que os trabalhadores estão sendo alojados.

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