PUBLICIDADE

Previ reinicia discussões sobre reforma estatutária

Por Agencia Estado
Atualização:

A diretoria da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, começa a estudar a revisão da reforma estatutária concluída em julho, depois de 52 dias de intervenção federal na administração da entidade. Com a maior probabilidade de vitória do PT nas eleições presidenciais, já está sendo cogitada na Previ a reversão das medidas tomadas pelo Ministério da Previdência, em decorrência do não cumprimento de metas estipuladas pelo governo para as fundações de previdência privada. "Certamente será reaberta a discussão, já que todos os participantes da Previ foram contrários à reforma estutária", diz Sérgio Rosa, um dos diretores atuais e que foi afastado durante o período de intervenção. Ele destaca dois pontos básicos a serem reavaliados - a instituição do voto de minerva, que dá à direção do banco o direito de desempate em caso de impasse, e a suspensão da eleição direta para diretoria do fundo, que passou a ser indicada pelo Conselho Deliberativo. Sindicalista e vinculado ao PT, Rosa foi um dos três diretores eleitos pelos funcionários do BB para integrar a diretoria. Amigo de um dos mais influentes políticos do partido, o senador eleito Aloízio Mercadante, ele comenta que não houve, até agora, vazamento dos nomes cogitados para a diretoria do BB nem da Previ, no caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. "O partido está tratando dessa questão num plano absolutamente profissional", afirma Rosa. O atual presidente do fundo, Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, não acredita em mudanças profundas, que exigiriam, também, a alteração da legislação que passou a reger os fundos de pensão este ano. Uma das modificações cruciais foi a tributação das operações dessas entidades, antes isentas do pagamento de tributos como o Imposto de Renda. Ele admite, porém, a possibilidade de rediscussão de questões específicas. "Não acredito em coisas radicais. Acho até provável que haja aperfeiçoamentos, que sejam naturais, em vista de alguma coisa que escapou à análise. Mas não existe espaço para mudanças radicais, de 180 graus, a menos que estas mudanças sejam resultado de uma percepção de uma grande maioria", afirma Tarquínio, indicado para o cargo pela atual direção do BB e nomeado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. A Previ administra ativos de R$ 39,5 milhões e participou ativamente do programa de privatizações promovido pelo governo federal. É acionista de cerca de cem empresas nacionais, entre elas a Ambev, Vale do Rio Doce, Aracruz, Belgo-Mineira, Embraer, Embratel, Sadia, Perdigão, Seara, Telemar, Gerdau, Votorantim. No mês passado, o fundo pagou à Receita Federal uma dívida de R$ 1,760 bilhão de Imposto de Renda, objeto de negociação que se estendeu por meses a fio. O dinheiro foi utilizado no reforço do caixa do Tesouro para cumprimento das metas de superávit previstas no acordo com o Fundo Monetário Internacional.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.