A Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, a Previ, está adotando uma postura cautelosa em 2015. O ano será de ajustes para o maior fundo de pensão da América Latina, que na semana passada anunciou o executivo do Banco do Brasil, Gueitiro Matsuo Genso, como presidente da fundação. A Previ deverá ser mais seletiva em seus investimentos para fugir de riscos, mas vai manter suas apostas em infraestrutura, apesar de o setor estar no meio do olho do furacão com a Petrobrás no centro das investigações da Operação Lava Jato. O veículo de investimento em infraestrutura da Previ será a Invepar, empresa que responde por concessões de transporte, com foco em rodovias, aeroportos e mobilidade urbana, na qual o fundo de pensão detém 25,5% de participação. A Invepar tem como sócios os fundos de pensão dos funcionários da Petrobrás (Petros) e da Caixa (Funcef) e a construtora a OAS. Em meio à crise pela qual a OAS passa, envolvida nas investigações da Lava Jato, a Invepar, dona do aeroporto de Guarulhos, é considerada o melhor ativo da construtora, já colocado à venda. Além da venda das participação da OAS, a Invepar também deverá passar por uma reestruturação para poder aumentar seus investimentos este ano. Em entrevista ao Estado, Marco Geovanne Tobias da Silva, diretor de participações da Previ, que até a semana passada era o presidente interino do fundo de pensão, afirmou que a Invepar deverá receber um novo sócio. Vários fundos de investimentos já demonstraram interesse em fazer parte do capital da empresa, em um aporte que pode ficar entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões. Se concluída essa injeção de capital, de pelo menos R$ 1 bilhão, a empresa poderá investir até R$ 4 bilhões, uma vez que são investimentos alavancados. A crise da Petrobrás, que também afetou empresas de óleo e gás, que fizeram pesados investimentos na exploração do pré-sal, levou a Previ a perder dinheiro. Mas o fundo de pensão, que tem uma fatia de 2,81% na estatal (posição de setembro do 2014), diz que, apesar das perdas com ações da Petrobrás, seus resultados continuam positivos. A expectativa é de que a Previ encerre a contabilidade do ano de 2014 "superavitária". Em 2013, o superávit acumulado foi de R$ 24,7 bilhões. Em 2014, deverá apresentar uma redução significativa, mas ainda sim acima dois dígitos. Até setembro, estava em R$ 21,9 bilhões.