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Prévia da inflação desacelera em março e cai abaixo de 10% no acumulado em 12 meses

IPCA-15 acumula alta de 9,95% nos 12 meses encerrados em março; no mês, preços avançaram 0,43%, com fim da bandeira tarifária e menor pressão de energia elétrica

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:
Queda do preço da energiafoi resultado da redução na cobrança extra da bandeira tarifária Foto: Divulgação

RIO - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), considerada uma prévia da taxa de inflação oficial, desacelerou em março e, com isso, ficou abaixo de 10% no acumulado em 12 meses pela primeira vez desde outubro de 2015. O indicador acumula alta de 9,95% em 12 meses até março. Antes disso, foram quatro meses de inflação acima de 10%.

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No mês, o IPCA-15 registrou alta de 0,43%, após subir 1,42% em fevereiro. Foi a menor taxa do IPCA-15 para o mês desde 2012, quando ficou em 0,25%. Em março de 2015, o indicador ficou em 1,24%. Com o resultado, o IPCA-15 acumula aumento de 2,79% no primeiro trimestre do ano.

A alta mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou abaixo das estimativas dos analistas do mercado financeiro, que esperavam inflação entre 0,44% e 0,67%.

Setores. A conta de energia elétrica ficou 2,87% mais barata ao consumidor em março e deu a principal contribuição para a desaceleração da inflação do mês, o equivalente a -0,11 ponto porcentual para a taxa de 0,43% do IPCA-15. Segundo o IBGE, o movimento foi resultado da redução na cobrança extra da bandeira tarifária, que, desde 1º de março, passou dos R$ 3 da bandeira vermelha para R$ 1,50 da bandeira amarela, por cada 100 kilowatts-hora consumidos. 

Todas as regiões pesquisadas registraram diminuição na tarifa de energia no mês. A queda mais acentuada na conta de luz foi em Salvador: -5,85%. Além do impacto da bandeira, algumas regiões tiveram também queda no valor das alíquotas do PIS/COFINS.

O ritmo de aumento nos preços de alimentos e bebidas desacelerou de 1,92% em fevereiro para 0,77% em março. Apesar do freio, os alimentos ainda foram responsáveis por 46% do índice do mês, com um impacto de 0,20 ponto porcentual para a taxa.

De acordo com o IBGE, vários produtos ficaram mais baratos ao consumidor, como o tomate (-19,21%) e a batata-inglesa (-4,61%). No entanto, houve aumentos em itens como a cenoura (24,08%), as frutas (6,11%) e a farinha de mandioca (5,94%).

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Gasolina. Os preços dos combustíveis aumentaram 1,23% em março, maior impacto individual sobre o IPCA-15 do mês. O impacto foi de 0,07 ponto porcentual para a taxa. O litro da gasolina ficou 0,82% mais caro. A região metropolitana de Salvador registrou o maior aumento: 5,45%. Já o litro do etanol subiu 3,20%, com elevação mais expressiva também em Salvador (9,27%).

A tarifa de ônibus urbano aumentou 0,76% no mês. Goiânia teve avanço de 8,19% no ônibus urbano devido ao reajuste de 12,10% ocorrido em 6 de fevereiro; Curitiba registrou elevação de 7,95% atribuída ao reajuste geral de 12,00% em vigor desde 1º de fevereiro, além de aumento de 66,67% aos domingos; e o Recife registrou alta de 1,56%, refletindo um resíduo do reajuste de 14,28% de 19 de janeiro.

Na direção oposta, as passagens aéreas ficaram 10,79% mais baratas no IPCA-15 de março. Os gastos das famílias com transportes desaceleraram a alta de 1,65% em fevereiro para 0,45% em março.  

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