RIO - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), conhecido como prévia da inflação oficial do governo, registrou em março alta de 0,10%, após ter avançado 0,38% em fevereiro, informou nesta sexta-feira, 23, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 0,87% no ano. Nos 12 meses encerrados em março, o indicador ficou em 2,80%.
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O resultado veio em linha com as estimativas do Projeções Broadcast, que iam de 0,05% a 0,28%, com mediana de 0,10%.
Com o resultado desta sexta, o indicador alcançou o menor patamar para o mês desde 2000, quando os preços avançaram 0,09%. Um dos impactos no índice foi a queda nos preços dos alimentos. Segundo o economista Luiz Castelli, da GO Associados, as estimativas do mercado para este indicador ja contrariavam as projeções iniciais do começo do ano de certa normalização dos preços de alimentos.
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O economista-chefe da Parallaxis, Rafael Leão, acrescenta que, para além da surpresa com Alimentação, outros componentes têm se mostrado mais favoráveis do que o previsto, surpreendendo inclusive o Banco Central.
"Mesmo com o início do processo de recuperação da economia, ainda há dificuldade de repasse para os preços, a parte de Serviços está bem controlada. O que acontece é que o mercado de trabalho se recupera, mas ainda não qualitativamente, e a economia ainda tem bastante ociosidade, permitindo expansão econômica sem pressão nos preços", explica Leão.
Preços. Dois entre nove grupos registraram reduções de preços no índice. O grupo Alimentação e bebidas teve recuo de 0,07%, enquanto as despesas com Comunicação diminuíram 0,19%.
A queda no grupo Comunicação foi puxada pelo item telefone fixo, que caiu 0,94%, em função de uma redução nas tarifas das ligações locais e interurbanas de fixo para móvel, em vigor desde 25 de fevereiro.
Na direção oposta, o grupo Saúde e cuidados pessoais cresceu 0,54% em março, a maior variação e também o impacto mais elevados entre os grupos pesquisados.
As demais altas ocorreram em Artigos de residência, 0,09%; Transportes, 0,07%; Despesas pessoais, 0,12%; Educação, 0,25%; e Habitação, 0,13%.
No grupo habitação, a energia elétrica ficou 0,24% mais cara em março. O gás encanado subiu 0,47%, mas o gás de botijão recuou 0,25% no mês. O grupo Vestuário não registrou variação de preços no mês (0,0%).
/COLABORARAM MARIA REGINA SILVA E THAÍS BARCELLOS