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Prévia da inflação oficial sobe 6,56% em 2011 e supera meta

IPCA-15 acelerou 0,56% em dezembro, ante 0,46% em novembro, pressionado pelo aumento do preço da carne; taxa anual é a mais intensa desde 2006

Por Alessandra Saraiva e da Agência Estado
Atualização:

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) atingiu 0,56% em dezembro ante 0,46% em novembro. O resultado, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou dentro das estimativas dos analistas, que esperavam inflação entre 0,46% e 0,61%, e foi idêntico à mediana das previsões.

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Com este resultado, o IPCA-15 fecha o ano com alta de 6,56%, após subir 5,79% em 2010, acima do teto da meta inflacionária para este ano (6,5%). O indicador é a prévia do IPCA, usado pelo governo como referência para a meta inflacionária.

Trata-se da mais intensa taxa anual para este tipo de indicador desde 2006. A série do índice foi atualizada em julho de 2006, a partir das novas ponderações obtidas na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003. Portanto, a melhor comparação para taxas anuais neste índice é a partir de 2006, quando o indicador subiu 2,95%.

O desempenho do IPCA-15 de 2011 superou as taxas anuais do indicador em 2007 (4,37%); em 2008 (6,11%); em 2009 (4,18%); e em 2010 (5,79%).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados de 15 de novembro a 13 de dezembro e comparados com os vigentes de 14 de outubro a 14 de novembro de 2011.

De novembro para dezembro, houve fortalecimento da taxa de inflação no grupo Alimentação e Bebidas, que passou de 0,77% para 1,28%, e exerceu impacto de 0,30 ponto porcentual no índice do mês, representando 54% do IPCA-15 de dezembro. Isso porque esta classe de despesa foi pressionada por carnes, que ficaram 4,36% mais caras em dezembro após terem subido 1,30% em novembro. Com 0,11 ponto porcentual, as carnes lideraram os principais impactos do mês.

Refeição fora de casa fica mais cara

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A aceleração de preços em refeição consumida fora de domicílio de novembro para dezembro (de 0,75% para 1,13%) também foi uma das maiores contribuições para a taxa do IPCA-15. Segundo o IBGE, o item sozinho respondeu por 0,05 ponto porcentual do desempenho do indicador em dezembro.

Nos tipos de refeição consumidos fora de casa, o instituto destacou a aceleração de preços e fim de deflação, respectivamente, em lanche (de 0,30% para 1,57%) e café da manhã (de -0,15% para 2,11%).

Cerveja e refrigerante aumentam de preço

Entre os alimentos mais caros em dezembro, houve acréscimos nas taxas de variação de preços de cerveja (de 1,98% para 3,27%), feijão carioca (de -1,24% para 2,51%), frango inteiro (de 0,91% para 2,11%), refrigerante (de 0,89% para 1,70%) e pão francês (de -0,06% para 0,89%).

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Das nove classes de despesa pesquisadas pelo IBGE para cálculo do IPCA-15, quatro apresentaram aceleração de preços de novembro para dezembro. Além de Alimentação (de 0,77% para 1,28%), é o caso de Habitação (de 0,40% para 0,54%); Vestuário (de 0,87% para 1,10%); e Educação (de 0,03% para 0,04%). As outras restantes apresentaram desaceleração ou deflação nos preços. É o caso de Artigos de Residência (de 0,08% para 0,05%); Transportes (de 0,02% para -0,08%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,46% para 0,41%);Despesas Pessoais (de 0,82% para 0,74%); e Comunicação (de 0,36% para 0,11%).

Texto atualizado às 11h

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