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Com alta da gasolina, prévia da inflação fica em 0,93% em março, a maior para o mês desde 2015

Avanço no IPCA-15 foi puxado pelo aumento de 11,18% no combustível, que subiu pelo nono mês seguido; a taxa acumulada em 12 meses chegou a 5,52%, superando o teto de 5,25% da meta de inflação perseguida pelo Banco Central

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Daniela Amorim (Broadcast), Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e Maria Regina Silva
Atualização:

RIO e SÃO PAULO - A alta nos preços dos combustíveis acelerou a prévia da inflação oficial no País em março. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu a 0,93%, o maior resultado para o mês desde 2015, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses ficou em 5,52% em março, o resultado mais elevado desde janeiro de 2017, superando o teto de 5,25% da meta de inflação perseguida pelo Banco Central.

"O contexto geral é que a inflação continua pressionada, com influência ainda forte dos preços industriais e de combustíveis, enquanto alimentação desacelerou (a 0,12%, ante 0,56% no mês passado). Então, de certa forma, veio dentro do esperado", avaliou o economista Daniel Silva, da gestora de recursos Novus Capital.

O IBGE registrou o nono mês seguido de alta na gasolina. Foto: Werther Santana/Estadão - 15/1/2020

A gasolina aumentou 11,18% em março, responsável por 60% de toda a inflação do mês. Os preços do combustível subiram pelo nono mês consecutivo. Houve altas ainda no óleo diesel (10,66%), etanol (16,38%) e gás veicular (0,39%).

Por outro lado, os gastos das famílias com alimentação e bebidas subiram menos, passando de um aumento de 0,56% em fevereiro para uma elevação de 0,12% em março. Os preços dos alimentos para consumo no domicílio caíram 0,03%, interrompendo uma sequência de sete meses consecutivos de altas. As famílias pagaram menos pelo tomate (-17,50%), batata-inglesa (-16,20%), leite longa vida (-4,50%) e arroz (-1,65%), enquanto as carnes ficaram 1,72% mais caras.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,49% em março. Nos últimos 12 meses, o custo do grupo alimentação e bebidas acumula uma alta de 14,51%.

Por ora, Daniel Silva estima que o IPCA fechado de março tenha uma alta de 1,10%, mas arrefeça para cerca de 0,30% em abril, diante da expectativa de alívio nos preços dos combustíveis, após as últimas quedas anunciadas pela Petrobrás nos últimos dias.

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"Apesar da expectativa de alívio (nos alimentos e combustíveis) à frente, o qualitativo ainda será de uma inflação salgada, mesmo com a parte de serviços desacelerando por causa dos efeitos da pandemia de covid-19, em meio às restrições sociais", estimou Silva, que espera um IPCA de 5,30% ao fim de 2021.

Para o economista e sócio da SPCAP Investimentos, Fábio Susteras, os aumentos dos preços das commodities no mercado internacional, entre elas o petróleo, e a desvalorização do real ante o dólar ainda são protagonistas na alta persistente da inflação. “É algo que o BC já identificou via suas últimas comunicações”, observou Susterás.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15 registraram aumentos de preços em março. A única queda foi em educação, um recuo de 0,51%.

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