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Previdência Social tem R$ 400 bilhões de créditos a receber

Nem todo o montante, porém, chegará aos cofres públicos, admitiu o ministro da Previdência

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

A Previdência Social tem R$ 400 bilhões de recuperação de créditos a receber. O ministro Carlos Eduardo Gabas admitiu, no entanto, que nem todo o montante chegará aos cofres públicos, porque muitas das empresas que deviam à Previdência já nem estão em operação. Mas ele quer que a Receita Federal agilize o processo de cobrança.

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No primeiro semestre deste ano, a recuperação de créditos da Previdência foi de R$ 4,571 bilhões, montante 14,9% inferior ao do mesmo período do ano passado, quando somou R$ 5,373 bilhões. "Há R$ 400 bilhões a receber para a Previdência e tivemos apenas R$ 770 milhões no mês", comparou.

Em junho, o saldo foi de R$ 770,7 milhões, um incremento de 12,7% em relação ao mesmo mês de 2009 (R$ 683,8 milhões). O mês passado foi o primeiro a registrar crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior desde o começo de 2010. Para se ter uma ideia, em maio houve uma queda de 17,8%, já que o recebimento foi de R$ 988 milhões ante R$ 1,203 bilhão de maio de 2009.Gabas explicou que a recuperação menor em 2010 deve-se ao programa de parcelamento de débitos da empresa, o Refis, que durou até o ano passado. "Uma empresa que tinha parcelamentos antigos, mesmo que estivesse em dia, entrou em uma renegociação do parcelamento", considerou.

Parcelas verdadeiras

A expectativa do ministro é de que as empresas voltem a pagar as "parcelas verdadeiras" a partir de 2011. "Há mais de um ano estamos sem o pagamento das parcelas, pois a empresa fica sentada esperando um novo Refis. Por isso, tem de ter uma melhoria na relação do Fisco com as empresas", pontuou. Ele disse que irá tratar do assunto em breve com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado.

O ministro enfatizou que uma atitude a ser tomada pelo governo é fazer com que os débitos não se acumulem por meses. "É preciso fiscalização de inteligência ou preventiva, uma fiscalização que compare o desempenho de empresas com outras de mesmo porte e atividade e que, teoricamente, recolha um valor similar. Se houver discrepância, a fiscalização entra", comentou.

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