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Previsão de alta de juros preocupa empresários e sindicalistas

Por Agencia Estado
Atualização:

Empresários e sindicalistas demonstraram hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva preocupação em relação ao possível aumento da taxa básica de juros e às conseqüências que tal medida pode trazer à retomada do desenvolvimento da economia. As observações foram feitas em reunião de integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) realizada no escritório da Presidência em São Paulo. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) divulgou ata que prepara o terreno para a elevação dos juros. Segundo o documento, a manutenção da taxa em 16% ao ano não é suficiente para que a inflação se mantenha dentro da meta estabelecida. Uma das principais ameaças inflacionárias é a alta do petróleo. Lula participou de parte do encontro, comandado pelo secretário do conselho, ministro Jaques Wagner. O presidente ouviu mais do que falou. Em uma de suas poucas intervenções, ressaltou a necessidade de parceria do Estado com o setor privado para manter o ciclo de crescimento. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, defendeu um acordo para segurar a inflação sem que os juros precisem ser aumentados. "Se temos indicador de inflação, resta ao BC lançar mão do remédio que dispõe, que são os juros, mas isso tem um efeito colateral muito grande", disse o sindicalista. "São necessários outros remédios, como o aumento da produção para criar mais oferta ou até a importação, com isenção de impostos, de certos produtos." O grupo discutiu ainda saídas para a diminuição do spread bancário ? diferença entre os juros de captação e as taxas cobradas nos empréstimos ? e as articulações para a aprovação no Senado das Parcerias Público-Privadas (PPPs). Além Marinho, a CUT também foi representada por seu secretário-geral, João Felício. Entre os empresários presentes estavam Eugênio Staub, Antoninho Trevisan, Horácio Lafer Piva, Ivo Rosset e Paulo Francini.

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