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Previsão do PIB para 2008 já considera crise nos EUA, diz BC

Relatório do BC prevê um crescimento do PIB de 4,5% em 2008 ante uma estimativa de 5,2% em 2007

Por JACQUELINE FARID E ADRIANA CHIARINI
Atualização:

O impacto da crise norte-americana já mudou a perspectiva de crescimento para o Brasil em 2008. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, explicou que o relatório de inflação de dezembro do BC prevê um crescimento do PIB de 4,5% em 2008 ante uma estimativa de 5,2% em 2007. Segundo ele, o recuo projetado leva em consideração a crise internacional e a desaceleração da economia americana. "Estamos aguardando e, na medida em que o IBGE divulgar os resultados (PIB) de 2007, teremos, em março, uma nova previsão para 2008", disse. Veja também: Cresce temor com recessão nos EUA; Bolsa segue queda de NY PIB de 2007 teve crescimento entre 5,2% e 5,3%, diz Mantega Entenda a crise nos Estados Unidos    Crise nos EUA ainda não chegou a Copacabana, diz Mantega EUA fecharam 63 mil vagas de trabalho em fevereiro ESPECIAL: Preço do petróleo em alta Evolução do preço do dólar   Em palestra ao Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), Meirelles disse, contudo, que a economia brasileira está melhor preparada para enfrentar uma crise nos EUA. Ele explicou que, havendo aumento do emprego e da renda, a demanda interna do País pode compensar grande parte da retração nos EUA. Meirelles comentou que é perguntado sobre o que vai acontecer com o Brasil a medida que o ambiente mundial se torne menos benigno. "Já estamos nesse processo", disse. Durante a palestra, ele deu vários indicadores positivos da economia nacional e enfatizou que "as surpresas inflacionárias viraram parte da história." Ele também mostrou que as reservas internacionais subiram muito nos últimos anos. "As lições aprendidas são que temos que ter nossas próprias garantias", disse ao referir-se às reservas internacionais como uma proteção contra crise externas. Meirelles também lembrou que a participação dos Estados Unidos nas exportações brasileiras caiu de 23,1% em 2003 para 15% em 2007. Ele citou ainda que apenas a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a Bolsa de Shangai, na China, subiram no período entre julho do ano passado até ontem, em meio às turbulências no setor financeiro com os temores de recessão na economia dos EUA.

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