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Primeira crise da nova era global afetará a todos, diz Brown

Primeiro-ministro britânico afirma que os próximos dias serão cruciais para o sistema financeiro internacional

Por Daniela Milanese
Atualização:

O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, afirmou nesta terça, 14, que o mundo está diante da primeira crise da nova era financeira global. "Todos os países serão afetados", disse ele há pouco, ao responder sobre o efeito da turbulência sobre os países emergentes. Veja também: Euforia com socorro global faz mercado asiático fechar em alta Austrália e Japão anunciam novas medidas para conter crise Bush fará novo pronunciamento sobre economia nesta terça  Como o mundo reage à crise  Confira as medidas já anunciadas pelo BC contra a crise Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira    Em entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros em Londres, ele evitou comentar a situação específica de outros países, mas insistiu que o problema é global, o que "requer cooperação internacional, incluindo participação do G-20". "As pessoas estão ansiosas em todo o mundo, vendo os mercados caírem", disse. "A situação deve ter efeito em famílias que estão a milhas de distância das pessoas que tomaram decisões irresponsáveis." Segundo Brown, as medidas anunciadas por diversos governos na Europa e nos EUA levarão tempo para surtirem efeito. Por isso, os próximos dias serão cruciais para o sistema financeiro internacional. O Reino Unido anunciou nesta segunda, 13, um plano de nacionalização parcial de três instituições financeiras, o RBS, o Lloyds TSB e o HBOS, plano este que demandou 37 bilhões de libras (cerca de US$ 63,37 bilhões) do governo. Ao se tornar acionista dos bancos, o Reino Unido suspendeu pagamento de dividendos e de bônus. A atuação de Gordon Brown na crise está sendo vista como o ressurgimento do político, que enfrentava fortes críticas pela demora em agir. A imprensa estrangeira está usando termos que indicam que Brown teria "ressurgido das cinzas" e o jornal francês Le Monde o chamou de "herói". Durante a entrevista, Brown se esquivou de comentar essas afirmações da mídia. "Dêem uma olhada no que eles estavam falando de mim há quatro semanas", brincou. Ele afirmou que está mantendo contato diário com líderes internacionais e hoje à tarde vai falar novamente com o presidente do EUA, George W. Bush. Brown avalia que a situação atual é o primeiro estágio de um plano recuperação para sair da crise, que passa pela necessidade de recapitalizar os bancos, de forma a estabilizar o sistema. Para o primeiro-ministro, o segundo estágio virá com a retomada da confiança ao redor do mundo. Brown também afirmou ver a necessidade de um novo mecanismo global de supervisão e regulação do sistema financeiro. "Todos os líderes políticos serão colocados em teste nos próximos dias", afirmou. O primeiro-ministro considera importante adotar medidas que impeçam que os atuais problemas voltem a acontecer. Apesar de defender a cooperação internacional, Brown afirmou que não existe chance de o Reino Unido adotar o euro após a crise. O primeiro-ministro do Reino Unido afirmou ainda que é preciso assegurar que as instituições multilaterais estejam preparadas para o atual momento, o que pode passar pela necessidade de reforma do FMI.

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