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Primeira faixa do FGTS custará ao governo R$ 2 bi a mais

Por Agencia Estado
Atualização:

Faltando menos de um mês para o início do pagamento do expurgo feito, no passado, nas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o governo descobriu que vai gastar um pouco mais para quitar a conta. A maior diferença está na primeira faixa de pagamento que começa em junho e que abrange os trabalhadores que têm direito a até R$ 1 mil de correção monetária. A estimativa inicial do governo previa um desembolso de R$ 6,8 bilhões. O novo cálculo indica um desembolso da ordem de R$ 8,8 bilhões. Os técnicos do Ministério do Trabalho explicaram que o novo cálculo foi feito com base nos dados cadastrais que os bancos que já repassaram para a Caixa Econômica Federal. Como 78% dos dados já foram checados pela Caixa, a nova estimativa será muito próxima do que efetivamente ocorrerá. Em termos de valores globais, a projeção muda pouco. Ela era de R$ 40,6 bilhões e passou para R$ 41,4 bilhões. É na primeira faixa de pagamento e na última, para quem tem mais de R$ 8 mil a receber que estão concentradas a maior diferença. Na checagem dos dados, a Caixa verificou que o número de contas inicialmente previsto é menor e soma 58,5 milhões de contas inativas e 54,4 milhões de contas ativas. A previsão anterior era de 60 milhões de contas ativas e 60 milhões de contas inativas, cujo valor a pagar é irrisório. "O que conta mesmo são as contas ativas", explicou um técnico. Ao mesmo tempo que diminuiu o número de contas, o governo constatou que são maiores os valores a pagar na primeira faixa para os trabalhadores que têm até R$ 1 mil a receber. "Temos mais trabalhadores na primeira faixa", admitiu um técnico. A conta, nessa faixa, aumentou em R$ 2 bilhões. Em compensação, segundo o governo, diminuiu na última faixa de pagamento, que é a daqueles trabalhadores que têm mais de R$ 8 mil a receber. Nessa faixa a previsão de pagamento caiu de R$ 19,3 bilhões para R$ 15,8 bilhões. O Ministério do Trabalho garantiu que não vai faltar dinheiro para o pagamento. Com a despesa maior na primeira faixa, justamente a que recebe primeiro, o que vai acontecer é do FGTS ter menos disponibilidade de caixa para aplicar, enquanto aguarda a data do início do pagamento das demais faixas.

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