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Primeira prévia do IGPM fica em 0,89%

Por Agencia Estado
Atualização:

A primeira prévia da inflação de fevereiro medida pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ficou em 0,89%, ante 1,34% na primeira coleta de janeiro. A queda de um mês para o outro ocorreu especialmente devido à desaceleração dos reajustes dos alimentos no atacado. Os preços no varejo subiram com maior intensidade mas não deverão evitar que a inflação fechada de fevereiro seja menor do que a registrada no mês passado, segundo avalia o economista da FGV, Salomão Quadros. Para ele, a tendência é de queda da inflação e nem mesmo a recente pressão sobre o dólar deverá comprometer essa trajetória. O Índice Geral de Preços do Atacado (IPA), que contribui com 60% na formação do IGP-M, registrou variação de 0,61% na primeira prévia, cuja coleta de preços ocorreu nos dez últimos dias de janeiro. No mesmo período de janeiro os reajustes no atacado haviam sido mais intensos, com variação de 1,52%. Os preços da alimentação no atacado subiram 0,54% na primeira prévia de fevereiro, porcentual bem menor do que os 3,63% da primeira de janeiro. Ocorreram quedas em produtos que foram bastante pressionados pelo dólar no final do ano passado, como soja (-5,45%), óleo de soja refinado (-3,44%) e farinha de trigo (-2,77%). Segundo Quadros, a desaceleração do IPA está diretamente relacionada ao comportamento do dólar em janeiro, bem menos volátil que o de meses anteriores. "A tendência dos preços no atacado é claramente de desaceleração", disse. No varejo, os reajustes dos combustíveis e dos ônibus urbanos em várias capitais do País elevaram o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para 1,47% na primeira prévia deste mês, ante 0,99% na primeira de janeiro. As maiores altas foram registradas em gasolina (10,44%), ônibus urbano (6,67%) - somente os dois itens foram responsáveis por mais de 40% da inflação no varejo -, álcool combustível (7,84%) e gás de botijão (3,94%). Para Quadros, o aumento do IPC é "pontual" e não deverá prosseguir nesse ritmo sequer até o final deste mês. O argumento é que tanto o aumento da gasolina quanto dos ônibus urbanos ocorreram em janeiro e portanto as próximas coletas do IGP-M, realizadas em fevereiro, vão captar reajustes bem inferiores. Além disso, outro impacto sobre o índice, que foi a educação (1,62%) também se limita ao período de retorno às aulas. O Índice de Custo da Construção Civil (INCC) também subiu na primeira prévia de fevereiro (1,22%) ante janeiro (1%), pressionado pelos reajustes no cimento (5,79%) e no aço (3,55%). Juros Salomão Quadros acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidirá manter os juros ou elevá-los em, no máximo, 0,5 ponto porcentual na reunião da próxima semana. Segundo ele, a decisão do comitê será tomada com maior atenção no cenário externo do que na atual trajetória da inflação ou da possibilidade de aquecimento da demanda no mercado interno. O economista avalia que a política monetária no momento "é mais preventiva do que qualquer outra coisa" e uma elevação dos juros na primeira reunião do Copom no novo governo foi mais importante do que seria um aumento, neste mês, porque foi um sinal de atenção e austeridade. Quadros disse que o início de uma guerra no Oriente Médio poderá justificar uma elevação mais significativa dos juros. Mas isto só deverá ocorrer, segundo ele, em uma reunião extraordinária e se a guerra for realmente deflagrada.

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