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Primeiro passo contra o spread elevado

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Por Redação
Atualização:

A concentração bancária no Brasil fez-se acompanhar de aumento do spread. Partindo dessa constatação, o Conselho Monetário Nacional (CMN) acha que para reduzi-lo devia aumentar a concorrência entre os bancos. A crise financeira mundial desencadeou, em todos os países, uma onda de temor dos investidores em relação, principalmente, aos pequenos e médios bancos, já que os grandes supostamente não vão à falência. No Brasil, onde o sistema bancário é mais sólido, com o fechamento do mercado financeiro internacional e as grandes dificuldades para captar recursos domésticos, os pequenos e médios bancos não conseguiram reter a confiança dos investidores, receosos de que fossem à falência A decisão do Banco Central de liberar parte do compulsório só melhorou o problema de liquidez (mais para as grandes instituições).O fato é que as pequenas empresas financeiras, privadas dos meios de aumentar sua alavancagem, se viram na obrigação de diminuir suas operações. A partir dessa análise o CMN iniciou sua campanha para evitar a concentração bancária e tentar reduzir o spread. Procura oferecer aos investidores uma segurança para seus depósitos a prazo. Até agora os depósitos eram segurados por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$ 60 mil. A decisão do CMN foi de aumentar essa garantia para R$ 20 milhões, dependendo de algumas exigências. A garantia será dada para os Recibos de Depósito Bancário (RDB), papel inegociável e de prazo fixo, que no caso deve ser no mínimo de 6 meses. Essa garantia não poderá ultrapassar o volume de depósitos a prazo que o banco tinha em 30 de junho de 2008. Além disso, foi fixado um teto de R$ 5 bilhões por banco para novas captações que não poderão ultrapassar duas vezes o patrimônio de referência do banco. Para gozar dessa garantia o banco deverá pagar 1% sobre os depósitos (contra 0,15% anteriormente). Calcula-se que o FGC, que hoje segura R$ 350 bilhões dos R$ 800 bilhões de depósitos, terá uma demanda de pequenos e médios bancos em torno de R$ 40 bilhões, que serão novos recursos para essas instituições. Os grandes bancos, que até agora não se pronunciaram sobre essa medida que reduz a força da concentração, não deverão mostrar interesse pelas novas normas. É difícil assegurar que com isso teremos uma sensível queda do spread, que exigiria medidas complementares em estudo, mas trata-se de um primeiro passo.

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